quinta-feira, 17 de julho de 2014

Minha história com o Feederismo

Boa dia Feedists! 


Sinto-me muito feliz e presenteada com o que recebi da Luana. E queria antes de compartilhar a história dela, agradece-la de todo coração, pois além de ser uma história de vida tocante, me sinto honrada de verdade por ela ter tido coragem de trazer a público através do nosso blog.

Luana, não sei o que lhe falar. Só o que sinto que é alegria pelo nosso trabalho ter feito a diferença e ter te ajudado a ser mais feliz com sua natureza feedist. Isso me anima a continuar, me inspira, me dá mais vontade de me esforçar cada vez mais pra atingir um objetivo que, sinceramente, analiticamente me parece tão distante e improvável, mas meu lado paixão me move e me dá força pra ir adiante. E receber palavras como a sua me diz que estou no caminho certo, que posso conseguir se der tudo de mim. Que não é mudar o mundo. Não sou mais criança em achar isso. Não mudarei o mundo e a mentalidade atrofiada das pessoas. Mas almejo mudar o nosso mundo. Porque uma das coisas que mais me entristece é ler histórias como a sua. De que não temos espaço, não temos com quem fazer amizades, curtir isso tudo juntos, seja de forma amorosa, ou somente dentro do companheirismo de amizade. Sermos empurrados a viver dentro de universos tão distante de nós, e de relações frias e mecânicas, que só serve pra uma brincadeira solitária depois da meia noite e escondidos. Seja on line, ou assistindo vídeos. Não poder sentir nosso fetiche na pele, no corpo, nos sentidos com outra pessoa, nos limitando apenas a fantasiar vendo mulheres e homens em vídeos, não faz ninguém inteiro. E quero que as pessoas tenham condições de serem inteiras e não metades ou nada do que podem oferecer e receber. Oportunidades de realidades pra nossas vidas é tudo o que eu quero.  

É, eu sei que é difícil por uma série de fatores. Talvez eu desista no meio do caminho, mas relações como a sua, palavras como a sua me motivam cada dia mais. Eu quem agradeço você. Muito Obrigada por tudo!  

E a mensagem da imagem abaixo, claro é pra você querida! Esteja sempre entre nós. Com certeza, tem nosso carinho e respeito! 
      



Vencendo a timidez e me inspirando na coragem da Vênus pra trazer minha história pra vocês.

Pra falar a verdade, não sei onde exatamente começou a manifestar  tendências em mim. Não sei se na  infância. Acho que não. Está mais pra adolescência quando eu comecei a desenvolver interesses sexuais. Mas uma coisa é certa: eu sempre senti atração – não sexual – por mulheres altas e grandes mesmo criança e homens também. 

Cresci numa família de pais disfuncionais e com certa violência doméstica. E me sentia desprotegida e desampada. Acho que ver pessoas grandes me passava a ideia de que poderiam me proteger e me dá a segurança que eu precisava, como um super héroi. E na escola e vizinhança, eu sempre me apegava a pessoas: homens e mulheres com essas características físicas; altas e grandes, fortes, gordas.  

Quando fiz 13 anos, aconteceram  alguns eventos trágicos em minha família que me levaram a morar com minha avó em outro estado. E isso foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Sai de um ambiente violento, sem expectativas de nada, de futuro algum. Sem amparo e orientações, com abusos psicológicos e físicos pra começar a viver realmente com meus avós. Por anos me sentia mal por me alegrar pelo episódio trágico que abateu minha família; a morte de meu pai e mais dois irmãos. Mas, fico imaginando como seria minha vida hoje se isso não tivesse acontecido.  Tudo isso, sei que deixou marcas muito profundas em mim psicologicamente. Guardo mágoas, rancores, raivas e culpa. Mas já superei muita coisa com a ajuda da minha maravilhosa avó. Sem ela, não sei o que teria sido de mim. Ela me deu uma chance de um futuro, me fez estudar e aceitou-me com minhas limitações e me fez vence-las e não me achar inferior por elas, porque eu sofro de dislexia e excesso de timidez por tudo que passei na infância. Hoje posso dizer que sou outra pessoa. Ainda com barreiras a vencer; medo baixo estima, insegurança e tendências ao isolamento. Mas posso respirar hoje e dizer que sou feliz com o que consegui.

E por toda essa turbulência de vida, fui me voltar pra minha parte sexual meio tarde em comparação as outras pessoas. E daí surgiu um conflito de me entender homossexual. E me aceitar assim, porque morria de medo de ser rejeitava pelos meus avós e de decepciona-los. Não conseguiria lidar com isso, pois devo tudo o que sou a eles. Então tentei lutar contra minha atração por mulheres e me envolver com rapazes. Mas me sentia mal e estranha. Não tinha desejo e às vezes certa repulsa com avanços sexuais. E vi que não daria certo e me isolei.

Mas conforme vamos crescendo e amadurecendo nossos desejos e instinto acha que vão batendo mais forte em nossa porta ao ponto de não podermos mais ignorar.
Quando estava no segundo período da faculdade, fiz amizade com um rapaz. Pra mim foi o meu primeiro amigo de verdade, além dos meus avós. Fazíamos tudo juntos na faculdade, estávamos sempre juntos e saímos juntos também fora a faculdades. Éramos amigos demais. Ele me passava confiança e segurança, como se quando eu tivesse do lado dele, nada de ruim iria me acontecer. Ele era grande, alto e forte.

 Mas mesmo assim,  ainda muito retraída com relação a revelar sobre minha parte amorosa. Mas ele insistia em conversar sobre isso, e eu confiava tanto nele que me abri e falei que não sentia desejo por homens. Ele riu muito e disse que já sabia e queria me mostrar uns vídeos.  

Ele me mostrou uns vídeos de mulheres grandes comendo e em poses sensuais, tocando e acariciando suas barrigas. Mulheres sendo alimentadas por homens, e se exibindo, fazendo  poses eróticas de roupa íntima. Aquilo fez meu coração disparar e perde a noção do que estava sentindo naquele momento. Aquelas visões nunca passaram pelo minha cabeça. Eu apenas fantasiava com mulheres de todos os tipos de corpo. Não havia uma preferencia, mas ver aquelas mulheres gordinhas comendo com vontade e alegria, me fez querer fazer parte daquilo. Ser o prazer delas e saber o que elas sentiam.

Esse meu amigo é foodee e gainer e a partir daquele dia nossa amizade se tornou de cumplicidade completa. Ele gostava de se estufar e eu às vezes fazia junto com ele apenas creio eu, pra saber qual a sensação daquelas mulheres em comer tanto, fazer a barriga crescer até não aguentar mais. Queria entrar nelas, saber o que elas sentiam e ter a chance de proporcionar isso a elas.  

Passei a desenvolver um comportamento foodee e isso me dava grande excitação, mas porque eu imaginava sempre o que estava acontecendo em mim, numa outra mulher. Era como se eu pudesse transferir minhas sensações com o estufamento para a fantasia de proporcionar aquilo a mulher e toda e imaginação que podemos criar nesses momentos. 

E com o tempo aquilo já não me satisfazia e chegou a me frustrar. Eu queria algo de verdade com uma parceira de verdade. Eu conversa com meu amigo sobre isso, mas ele achava besteira, que eu curtia ser foodee, que era aquilo que eu era, e só estava querendo uma namorada. Mas eu sabia que havia algo a mais. Ele me sugeriu criar um perfil e procurar mulheres na internet. Cheguei a me sujeitar a isso, porque a necessidade de compartilhar aquilo com uma moça era muito forte. Mas os sites todos americanos, e isso me desestimulava. Quando conversava com as pessoas, não tinham conteúdo e só chegavam com um tarado falando em comida e te vendo como um porco pro abate. No começo eu queria fazer amizades, sair somente do convívio com meu amigo, mas percebi que ali jamais iria acontecer alianças de amizade. Já conversei com algumas feedees e foodes, mas praticamente todas eram heteros, e, só me usavam pra se exibir via web pra que eu as visse comendo e as estimulasse. Sentia-me muito mal depois, sabe. E isso acontecia eventualmente,  com as poucas que me davam atenção. Mas nesse momento, eu não sabia o que na verdade eu queria, porque não entendia bem os personagens. Não sabia o que era feedee, gainer ou foodee. Meu sonho era encontrar uma mulher gordinha ou não, mas que tivesse aquela gana de comer, aquela felicidade e prazer que eu vi naqueles primeiros vídeos e poder oferece-lhes comida, como eu via os rapazes fazendo com elas.

E nessa busca de achar mulheres lésbicas que me aceitassem, achei uma. Mas ela era da Alemanhã. Ficamos um tempo mantendo contato via internet,  mas com o tempo, eu queria mais e o fato de não poder acabou me dando muita depressão e achei melhor não falar mais com ela. E voltei ao meu iglu. Todavia, Confesso que andei em salas de bate papo de gordinhas e lésbicas em busca de alguém que correspondesse as minhas expectativas, mas no começo ia bem, até em deixar transparecer o que me dava prazer em fazer. E aí é como todos os outros já relataram aqui. Era vista como uma anormal, estranha e bizarra. E me entristecia com aquilo e até chegava a me achar mesmo anormal e não gostar de mim.

Até achar esse maravilhoso blog e me sentir acolhida e respeitada. Sinto-me tão bem aqui que nunca falei nada disso pra ninguém. Sei que podem achar que é fácil, pois não sabem quem eu sou na vida real, e estou através de uma imagem. Mas pra eu expor sobre minha sexualidade e sobre o feederismo, é extremamente difícil. Entretanto aqui as pessoas me motivaram e me sinto a vontade. Sabe, como se eu tivesse encontrado minha família, meus irmãos e parentes que todos são diferentes, mas que se entendem e se respeitam. Acho que o blog deu um up grande em meu entendimento sobre mim e sobre o que procuro.  E entendo melhor, embora não possa dizer que me aceite ainda completamente, queria ser diferente sim. Mas essa mulher espetacular que é a Venus, tem inspirado a ser quem eu sou, a me aceitar e me amar assim.  E que vou me descobrir cada vez mais à medida que me entrego ao feederismo e deixo-o fazer parte de mim. E assim como o Pedro Pacheco disse, o blog também já faz parte da minha história de vida. Pois ele me ensina tantas coisas, me mostra que eu posso ser feliz com minha natureza, me dá ânimo e coragem. Como falei Venus, queria ser só um pouco do que você é, só ter um pouco da sua coragem e determinação de afirmar; sou assim , gosto disso e me amo desse jeitinho assim”. E pro resto você adota o protocolo equino. Rsrsrs adorei isso! Não sei se você consegue vislumbrar quantas pessoas acessam o seu site e o quanto você é querida e tem feito a diferença pra muitos, como fez pra mim. E porque não dizer desejada, porque achar uma feedee não é fácil. Achar com essa alma linda de mulher  que você tem, pior ainda. Acho que todos nós somos brindados com seus posts que trazem informações técnicas vindas de estudos sérios que nos ajudam a entender o feederismo. Mas além disso, traz paixão, traz verdade, traz a sua feminilidade e traz VOCÊ; Sua beleza, inspiração, paixão e conteúdo. E por isso mesmo, somos todos, acho eu, brindados com sua presença mesmo que através desse blog. E imagino o quanto deve ser, quem tem a chance de fazer parte afetivamente de sua vida real. Pois basta ler um pouco de você pra perceber como você deve ser uma maravilhosa amiga, mãe, companheira, mulher e feedee. Você acolhe, é doce e gentil, mas ao mesmo tempo é corajosa e guerreira. Que luta pelo que acredita, por quem colocou sob sua proteção e é firme. Desculpa se falo demais nisso, é porque você está sendo demais pra minha vida íntima. Obrigada por tudo, pelo espaço, por você. E claro, por essa iniciativa pioneira e audaciosa de criar um site brasileiro pra nós. Parabéns por tudo!   

Luana Almeida

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