Sinto-me muito feliz e presenteada com o que recebi da Luana. E queria antes de compartilhar a história dela, agradece-la de todo coração, pois além de ser uma história de vida tocante, me sinto honrada de verdade por ela ter tido coragem de trazer a público através do nosso blog.
Luana, não sei o que lhe falar. Só o que sinto que é alegria pelo nosso trabalho ter feito a diferença e ter te ajudado a ser mais feliz com sua natureza feedist. Isso me anima a continuar, me inspira, me dá mais vontade de me esforçar cada vez mais pra atingir um objetivo que, sinceramente, analiticamente me parece tão distante e improvável, mas meu lado paixão me move e me dá força pra ir adiante. E receber palavras como a sua me diz que estou no caminho certo, que posso conseguir se der tudo de mim. Que não é mudar o mundo. Não sou mais criança em achar isso. Não mudarei o mundo e a mentalidade atrofiada das pessoas. Mas almejo mudar o nosso mundo. Porque uma das coisas que mais me entristece é ler histórias como a sua. De que não temos espaço, não temos com quem fazer amizades, curtir isso tudo juntos, seja de forma amorosa, ou somente dentro do companheirismo de amizade. Sermos empurrados a viver dentro de universos tão distante de nós, e de relações frias e mecânicas, que só serve pra uma brincadeira solitária depois da meia noite e escondidos. Seja on line, ou assistindo vídeos. Não poder sentir nosso fetiche na pele, no corpo, nos sentidos com outra pessoa, nos limitando apenas a fantasiar vendo mulheres e homens em vídeos, não faz ninguém inteiro. E quero que as pessoas tenham condições de serem inteiras e não metades ou nada do que podem oferecer e receber. Oportunidades de realidades pra nossas vidas é tudo o que eu quero.
É, eu sei que é difícil por uma série de fatores. Talvez eu desista no meio do caminho, mas relações como a sua, palavras como a sua me motivam cada dia mais. Eu quem agradeço você. Muito Obrigada por tudo!
E a mensagem da imagem abaixo, claro é pra você querida! Esteja sempre entre nós. Com certeza, tem nosso carinho e respeito!
Vencendo
a timidez e me inspirando na coragem da Vênus pra trazer minha história pra
vocês.
Pra
falar a verdade, não sei onde exatamente começou a manifestar tendências em mim. Não sei se na infância. Acho que não. Está mais pra adolescência
quando eu comecei a desenvolver interesses sexuais. Mas uma coisa é certa: eu
sempre senti atração – não sexual – por mulheres altas e grandes mesmo criança
e homens também.
Quando
fiz 13 anos, aconteceram alguns eventos
trágicos em minha família que me levaram a morar com minha avó em outro estado.
E isso foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Sai de um ambiente
violento, sem expectativas de nada, de futuro algum. Sem amparo e orientações,
com abusos psicológicos e físicos pra começar a viver realmente com meus avós.
Por anos me sentia mal por me alegrar pelo episódio trágico que abateu minha
família; a morte de meu pai e mais dois irmãos. Mas, fico imaginando como seria
minha vida hoje se isso não tivesse acontecido. Tudo isso, sei que deixou marcas muito
profundas em mim psicologicamente. Guardo mágoas, rancores, raivas e culpa. Mas
já superei muita coisa com a ajuda da minha maravilhosa avó. Sem ela, não sei o
que teria sido de mim. Ela me deu uma chance de um futuro, me fez estudar e
aceitou-me com minhas limitações e me fez vence-las e não me achar inferior por
elas, porque eu sofro de dislexia e excesso de timidez por tudo que passei na infância.
Hoje posso dizer que sou outra pessoa. Ainda com barreiras a vencer; medo baixo
estima, insegurança e tendências ao isolamento. Mas posso respirar hoje e dizer
que sou feliz com o que consegui.
E
por toda essa turbulência de vida, fui me voltar pra minha parte sexual meio
tarde em comparação as outras pessoas. E daí surgiu um conflito de me entender
homossexual. E me aceitar assim, porque morria de medo de ser rejeitava pelos
meus avós e de decepciona-los. Não conseguiria lidar com isso, pois devo tudo o
que sou a eles. Então tentei lutar contra minha atração por mulheres e me
envolver com rapazes. Mas me sentia mal e estranha. Não tinha desejo e às vezes
certa repulsa com avanços sexuais. E vi que não daria certo e me isolei.
Mas
conforme vamos crescendo e amadurecendo nossos desejos e instinto acha que vão
batendo mais forte em nossa porta ao ponto de não podermos mais ignorar.
Quando
estava no segundo período da faculdade, fiz amizade com um rapaz. Pra mim foi o
meu primeiro amigo de verdade, além dos meus avós. Fazíamos tudo juntos na
faculdade, estávamos sempre juntos e saímos juntos também fora a faculdades.
Éramos amigos demais. Ele me passava confiança e segurança, como se quando eu tivesse
do lado dele, nada de ruim iria me acontecer. Ele era grande, alto e forte.
Mas mesmo assim, ainda muito retraída com relação a revelar
sobre minha parte amorosa. Mas ele insistia em conversar sobre isso, e eu
confiava tanto nele que me abri e falei que não sentia desejo por homens. Ele
riu muito e disse que já sabia e queria me mostrar uns vídeos.
Ele
me mostrou uns vídeos de mulheres grandes comendo e em poses sensuais, tocando
e acariciando suas barrigas. Mulheres sendo alimentadas por homens, e se
exibindo, fazendo poses eróticas de
roupa íntima. Aquilo fez meu coração disparar e perde a noção do que estava
sentindo naquele momento. Aquelas visões nunca passaram pelo minha cabeça. Eu
apenas fantasiava com mulheres de todos os tipos de corpo. Não havia uma
preferencia, mas ver aquelas mulheres gordinhas comendo com vontade e alegria,
me fez querer fazer parte daquilo. Ser o prazer delas e saber o que elas
sentiam.
Esse
meu amigo é foodee e gainer e a partir daquele dia nossa amizade se tornou de
cumplicidade completa. Ele gostava de se estufar e eu às vezes fazia junto com
ele apenas creio eu, pra saber qual a sensação daquelas mulheres em comer
tanto, fazer a barriga crescer até não aguentar mais. Queria entrar nelas,
saber o que elas sentiam e ter a chance de proporcionar isso a elas.
E
com o tempo aquilo já não me satisfazia e chegou a me frustrar. Eu queria algo
de verdade com uma parceira de verdade. Eu conversa com meu amigo sobre isso,
mas ele achava besteira, que eu curtia ser foodee, que era aquilo que eu era, e
só estava querendo uma namorada. Mas eu sabia que havia algo a mais. Ele me sugeriu
criar um perfil e procurar mulheres na internet. Cheguei a me sujeitar a isso,
porque a necessidade de compartilhar aquilo com uma moça era muito forte. Mas
os sites todos americanos, e isso me desestimulava. Quando conversava com as
pessoas, não tinham conteúdo e só chegavam com um tarado falando em comida e te
vendo como um porco pro abate. No começo eu queria fazer amizades, sair somente
do convívio com meu amigo, mas percebi que ali jamais iria acontecer alianças
de amizade. Já conversei com algumas feedees e foodes, mas praticamente todas
eram heteros, e, só me usavam pra se exibir via web pra que eu as visse comendo
e as estimulasse. Sentia-me muito mal depois, sabe. E isso acontecia
eventualmente, com as poucas que me
davam atenção. Mas nesse momento, eu não sabia o que na verdade eu queria,
porque não entendia bem os personagens. Não sabia o que era feedee, gainer ou
foodee. Meu sonho era encontrar uma mulher gordinha ou não, mas que tivesse
aquela gana de comer, aquela felicidade e prazer que eu vi naqueles primeiros
vídeos e poder oferece-lhes comida, como eu via os rapazes fazendo com elas.
E
nessa busca de achar mulheres lésbicas que me aceitassem, achei uma. Mas ela
era da Alemanhã. Ficamos um tempo mantendo contato via internet, mas com o tempo, eu queria mais e o fato de
não poder acabou me dando muita depressão e achei melhor não falar mais com ela.
E voltei ao meu iglu. Todavia, Confesso que andei em salas de bate papo de
gordinhas e lésbicas em busca de alguém que correspondesse as minhas
expectativas, mas no começo ia bem, até em deixar transparecer o que me dava
prazer em fazer. E aí é como todos os outros já relataram aqui. Era vista como
uma anormal, estranha e bizarra. E me entristecia com aquilo e até chegava a me
achar mesmo anormal e não gostar de mim.
Até
achar esse maravilhoso blog e me sentir acolhida e respeitada. Sinto-me tão bem
aqui que nunca falei nada disso pra ninguém. Sei que podem achar que é fácil,
pois não sabem quem eu sou na vida real, e estou através de uma imagem. Mas pra
eu expor sobre minha sexualidade e sobre o feederismo, é extremamente difícil. Entretanto
aqui as pessoas me motivaram e me sinto a vontade. Sabe, como se eu tivesse
encontrado minha família, meus irmãos e parentes que todos são diferentes, mas
que se entendem e se respeitam. Acho
que o blog deu um up grande em meu entendimento sobre mim e sobre o que
procuro. E entendo melhor, embora não
possa dizer que me aceite ainda completamente, queria ser diferente sim. Mas
essa mulher espetacular que é a Venus, tem inspirado a ser quem eu sou, a me
aceitar e me amar assim. E que vou me
descobrir cada vez mais à medida que me entrego ao feederismo e deixo-o fazer
parte de mim. E assim como o Pedro Pacheco disse, o blog também já faz parte da
minha história de vida. Pois ele me ensina tantas coisas, me mostra que eu
posso ser feliz com minha natureza, me dá ânimo e coragem. Como falei Venus, queria
ser só um pouco do que você é, só ter um pouco da sua coragem e determinação de
afirmar; sou assim , gosto disso e me amo desse jeitinho assim”. E pro resto
você adota o protocolo equino. Rsrsrs adorei isso! Não sei se você consegue
vislumbrar quantas pessoas acessam o seu site e o quanto você é querida e tem
feito a diferença pra muitos, como fez pra mim. E porque não dizer desejada,
porque achar uma feedee não é fácil. Achar com essa alma linda de mulher que você tem, pior ainda. Acho que todos nós somos
brindados com seus posts que trazem informações técnicas vindas de estudos
sérios que nos ajudam a entender o feederismo. Mas além disso, traz paixão,
traz verdade, traz a sua feminilidade e traz VOCÊ; Sua beleza, inspiração,
paixão e conteúdo. E por isso mesmo, somos todos, acho eu, brindados com sua
presença mesmo que através desse blog. E imagino o quanto deve ser, quem tem a
chance de fazer parte afetivamente de sua vida real. Pois basta ler um pouco de
você pra perceber como você deve ser uma maravilhosa amiga, mãe, companheira,
mulher e feedee. Você acolhe, é doce e gentil, mas ao mesmo tempo é corajosa e
guerreira. Que luta pelo que acredita, por quem colocou sob sua proteção e é
firme. Desculpa se falo demais nisso, é porque você está sendo demais pra minha
vida íntima. Obrigada por tudo, pelo espaço, por você. E claro, por essa
iniciativa pioneira e audaciosa de criar um site brasileiro pra nós. Parabéns
por tudo!
Luana
Almeida
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