O que esses dois teriam de comum?
Já vi em alguns lugares se fazer associações entre práticas S/M – Sado Masoquistas e Feederism. E pra alguns, algumas práticas feedist podem ser consideradas BDSM. Mas vamos analisar os dois lados e ver se realmente tem a ver e o Feedism pode ser encaixado como uma modalidade de BDSM.
O que é BDSM?
É também considerado um estilo de vida, assim como o Feedism, onde no caso do BDSM há um
conjunto de práticas bem extensas que são consideradas dentro do S/M. Assim
como o Feedism, o BDSM é mal visto e mal interpretado e seus adeptos são
alvos de discriminação muitas vezes, e a grande maioria não se revelam como integrantes do estilo de vida,
assim como nós.
Com o livro (horrível por sinal e
criticado pelos BDSM, inclusive); “Cinquenta tons de cinza”, algumas práticas
ficaram mais conhecidas e choveu curiosos nas salas de chat sobre Sado e
mulheres com fantasias de ser uma Anastácia da vida. Como sempre o povo é atraído
pelo modismo. Como sou BDSM e frequento salas de bate papo entre os S/M,
atualmente há muitos curiosos e aumentou mais, com a grande repercussão que
aconteceu com o livro citado. O que irrita os BDSM mais antigos e que entendem
a prática como ela é. O livro passou uma ideia de que tais comportamentos
sádicos era um desvio psicológico e passível de tratamento, reflexos de traumas
adquiridos na infância e juventude, mas que o protagonista precisava se
libertar disso, como se fosse uma doença. E eis que surge a salvadora que irá
libertar o amado de tais comportamentos doentios. O que pra nós, BDSM, é completamente
inaceitável. E o livro contribuiu mais para que leigos achem que os sádicos são
doentes e precisam de tratamento. Porque as pessoas entendem sadismo como algo
que os remetem a Serial Killer e psicopatas. O que não tem nada a ver. Mas o
que é realmente BDSM?
É dito como um fetiche, mas pra mim é um conjunto de práticas S/M
que lhe conduz a um estilo de vida, assim como o feedism. O termo fetiche é inadequado, porque Fetiche nos remete a apenas uma prática, como o fetiche por pés, seios, grávidas, pessoas idosas, imagens, etc.
Mas porque um não
pode ser associado ao outro?
Para que se estabeleça uma prática BDSM é preciso haver sempre uma relação
entre duas partes: um submisso e masoquista e um dominador e sádico. Sem o jogo
de sadismo e masoquismo – dominação e submissão, não há S/M (abreviação de
sadismo e masoquismo) o termo BDSM só surgiu por volta da década de 90, com
grupos de discussões na net sobre as práticas e passou-se a usar o acrônimo que
abrange e sintetiza as práticas BONDAGE, DISCIPLINA, DOMINAÇÃO, SUBMISSÃO E
MASOQUISMO. Não há tortura (como se entende leigamente) dentro das
práticas e tudo o que ocorre é inteiramente consensual. Existe uma regra de
ouro entre os BDSM chamada SSC – são, seguro e consensual. Ou seja, um só bate
ou usa de força e dominação, porque o outro tem prazer em apanhar e ser
dominado. Cada um com o que lhe dá prazer, certo? Seja como for e suas variações de
práticas, tudo no BDSM envolve fantasias de submissão e dominação, masoquismo e
sadismo.
Quando eu tive contato com Feedism, mesmo sem ler nada a respeito, nem saber
sobre termos, definições, sem saber o que era um feeder, feedee, foodee. Eu
entendia primeiramente que era um fetiche, pelo meu conhecimento anterior. E
tentava entender os comportamentos dentro do que me era familiar; o S/M. Mas
não se encaixava. Levei até o assunto pra amigos experientes dentro do BDSM. E
nenhum deles conhecia o comportamento (no caso o comportamento típico de um
feeder e uma feedee). Eu não conseguia encaixar porque não havia nenhum traço de
sadismo nem masoquismo. Não havia dominação psicológica nem física. E mesmo
sabendo que existe dentro do BDSM uma prática embora pouco usada, que envolve
comida e alimentação forçada. Esta é uma prática disciplinar e dentro de suas
variações há a ingestão de comidas desagradáveis para quem está sendo
disciplinado, ou privação, ou forçar a comer mesmo que o outro não aguente
mais, como um ato de controle e dominação. É uma forma de punição que se
entende como disciplina feito pelos Dommes aos seus servos/submissos. Mas como
falei, é algo muito raramente usado e o cerne do ato tem a ver com o prazer de
ser dominado, controlado e disciplinado pelo seu dono, e não com a comida em si
e prazer em comer e ser alimentado, como é o nosso caso. Então por nenhum
ângulo os dois estilos de vida se encaixam nesse tocante.
Porém mais a frente, quando passei a ler, interagir e descobrir tecnicamente sobre o Feederism, achei pontos que PODERIAM converger, digamos assim. Não referente a sadismo e masoquismo, mas a controle e dominação psicológica. Fato, infelizmente, digo infelizmente porque é um tipo de comportamento que eu considero um desvio dentro do feedism. Há feeders que tem personalidade controladora e dominadora. Isso não é do feedism em si, mas traços de personalidade que observamos em algumas pessoas ligadas ao fetiche. Eles querem conduzir seu parceiro a metas que eles estipulam, tabela de alimentação, e tudo é controlado todos os dias. O peso, as medidas, o horário das refeições, a quantidade das refeições, stuffing, force feeding (e não duvido que haja casos onde se é induzido mesmo sem a vontade do outro). E a grande maioria desses de mesmo perfil, desejam ter o controle total de seu parceiro, fazendo com que se atinjam níveis tão altos de obesidade que a pessoa não consiga mais fazer suas tarefas diárias mais simples. Há uma personalidade controladora, egoísta e dominadora de um lado. E do outro uma submissa, passiva e frágil psicologicamente. Ela é envolvida pelo poder de persuasão, e cede a tudo o que o outro a induz fazer. E não percebe que está tendo sua vida inteira controlada por outra pessoa mediante os desejos e caprichos que não são dela. A personalidade dominadora e controladora do outro sufocou a voz do “parceiro e faz com que, o que ela deseja e pense fique em segundo plano, ou em plano algum. As maiores candidatas a isso, são pessoas que sonham em serem cuidadas, ter atenção 24 horas, ter alguém de personalidade forte ao seu lado que diga o que elas precisem fazer e como fazer. São pessoas de personalidade submissa na vida e que se sentem bem em serem controladas e mandadas. O que isso não é via de regra aos submissos dentro do BDSM. Geralmente as pessoas tem fantasias de submissão sexual e servidão, mas na vida são pessoas de personalidade forte e confiantes. Uma coisa são fantasias de submissão e dominação e outro bem diferente é sermos na vida cotidiana.
Porém mais a frente, quando passei a ler, interagir e descobrir tecnicamente sobre o Feederism, achei pontos que PODERIAM converger, digamos assim. Não referente a sadismo e masoquismo, mas a controle e dominação psicológica. Fato, infelizmente, digo infelizmente porque é um tipo de comportamento que eu considero um desvio dentro do feedism. Há feeders que tem personalidade controladora e dominadora. Isso não é do feedism em si, mas traços de personalidade que observamos em algumas pessoas ligadas ao fetiche. Eles querem conduzir seu parceiro a metas que eles estipulam, tabela de alimentação, e tudo é controlado todos os dias. O peso, as medidas, o horário das refeições, a quantidade das refeições, stuffing, force feeding (e não duvido que haja casos onde se é induzido mesmo sem a vontade do outro). E a grande maioria desses de mesmo perfil, desejam ter o controle total de seu parceiro, fazendo com que se atinjam níveis tão altos de obesidade que a pessoa não consiga mais fazer suas tarefas diárias mais simples. Há uma personalidade controladora, egoísta e dominadora de um lado. E do outro uma submissa, passiva e frágil psicologicamente. Ela é envolvida pelo poder de persuasão, e cede a tudo o que o outro a induz fazer. E não percebe que está tendo sua vida inteira controlada por outra pessoa mediante os desejos e caprichos que não são dela. A personalidade dominadora e controladora do outro sufocou a voz do “parceiro e faz com que, o que ela deseja e pense fique em segundo plano, ou em plano algum. As maiores candidatas a isso, são pessoas que sonham em serem cuidadas, ter atenção 24 horas, ter alguém de personalidade forte ao seu lado que diga o que elas precisem fazer e como fazer. São pessoas de personalidade submissa na vida e que se sentem bem em serem controladas e mandadas. O que isso não é via de regra aos submissos dentro do BDSM. Geralmente as pessoas tem fantasias de submissão sexual e servidão, mas na vida são pessoas de personalidade forte e confiantes. Uma coisa são fantasias de submissão e dominação e outro bem diferente é sermos na vida cotidiana.
Mas o bônus da felicidade, talvez, para
quem é submisso na vida e aceita que outro o controle totalmente, é se sentirem
servidas e cuidadas, ter um protetor, um zelador e cuidador. Mas esse tão amoroso
cuidador que pode parecer doce e encantador, na verdade tem tendências egoístas
e coloca a si mesmo como prioridade. O que ele quer é satisfazer seu objetivo e
não o que ambos querem. Então não existe
parceria. Todos os comportamentos que pude observar, ele induz o outro a fazer
tudo o que quer pelo bem da relação, pelo amor de ambos, “faça por nós, por
mim, pelo nosso amor”. E a outra cede feliz da vida, afinal é seu cuidador quem
pede. E pode haver prazer e felicidade nisso, mas é induzido pelo poder de
persuasão e sedução e não natural que é do próprio fetiche. E muito
provavelmente se a relação acabar, acaba também o fetiche e ela fará de tudo
para emagrecer, se não se sentir culpada e se odiar ou odiar o outro por a fez
engordar tanto. E eu posso ser radical, mas vejo que existe apenas um
fetichista aí. O outro cede não pelo prazer do fetiche, mas pela relação que se
estabeleceu. Ela (ele) não tem prazer no ato de engordar e fazer stuffings. Ela
tem prazer em dá prazer ao outro, em satisfazer as vontades do outro e seu
estímulo é a alegria e satisfação do outro e não seu. Então se a felicidade não
é por ela, mas pelo outro, não existe dentro dela, o real fetiche despertado.
Há dominação, controle, e submissão, mas é um tipo que não se enquadra
dentro do BDSM. E com um tempo entendi isso. E vi que não havia convergência.
Porém ai sim, há um tipo de dominação e controle que se encaixa no BDSM
e acho que é o único ponto de convergência entre os dois. A dominação e
controle sexual infringido a outro. Mas no nosso caso, essa dominação é alcançada pelo peso corporal durante o ato sexual.
Existem feedists que sentem muito prazer e fantasiam ser comprimidos na cama, em ter
alguém de grande peso sobre ele (ela) , o esmagando, sufocando e dominando. Um
domina e o outro é dominado num jogo de prazer erótico. Pronto; damos as mãos
ao BDMS. Porque existem práticas de sufocamento e compressão, chamado de facesitting
e trample no S/M, onde o prazer está em sentir o peso do outro quando este, senta no rosto no parceiro provocando sufocamento (facesitting). Ou sentir-se esmagado sendo pisado pelo dominador (trample). E assim
como muitos BDSM que curtem ser imprensados, esmagados e ter seu fôlego tirado,
muitos feedists também curtem, embora os mecanismos para isso sejam diferentes. Mas daí vem muitas vezes, a causa que levam alguns Feedists quererem atingir
grandes proporções corporais. Para usufruírem de corpos pesados e volumosos na
hora do sexo.
Algumas pessoas acham que o force feeding pode ser considerado um tipo de prática BDSM. Bom aí é uma questão interpretativa pelo visual apenas, mas não pelos elementos envolvidos na prática em si. Porque toda prática BDSM deve haver o essencial; o prazer no sadismo de uma parte e e no masoquismo de outra. Dentro de uma relação de dominação e comando por um, e, subserviência total pelo outro. O force feeding dentro do Feederism não tem a ver com isso. Mas sim o prazer pelo ato de comer, alimentar e ser alimentado pelo outro. Acredito que o uso opcional de bondage seja um mero elemento adicional que pode caracterizar uma fantasia apenas, mas a essência motriz entre os participantes do ato que caracterizaria uma real prática BDSM, não existe. Da mesma forma o contrário; dois praticantes do BDSM lançando mão de um force feeding com Bondage. Se quem alimenta não é de fato um feeder, e quem está sendo alimentada não é nem um foodee nem um feedee, não haverá o prazer erótico pelo ato de comer e servir o alimento, logo não é uma prática Feedist.
Então pra finalizar...
O BDSM é um estilo de vida, e o Feedism é
outro que não tem pontos de ligação, salvo o levantado acima, que embora o
efeito seja quase o mesmo, os meios são outros. O que faz os dois fetiches
serem distintos e independentes. Nada a ver um com outro! Não precisamos nos enquadrar como BDSM e nem o contrário. Somos grupos distintos. Fetichistas e adeptos de um estilo de vida sim, mas completamente diferentes uns dos outros.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDesculpe Venus, mas se me permite a curiosidade. Como você associa e vive os dois fetiches? Ou você é apenas pesquisadora do feederism?
ResponderExcluirPedro, sou pesquisadora sobre o Feederism, mas também vivo o fetiche. Quanto ao BDSM não posso dizer que não é algo que esteja em mim e sempre estará, mas no meu atualmente momento estou voltada para relações dentro do Feedism. bjo da Vênus
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