segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ser Gordo é crime?





 Feefee e a obesidade

Lembrando somente que nem todos os Feedist são gordos e estão com sobrepeso. Mas nessa matéria quero falar dos que são, e em especial a (o) Feedee. 
Pra quem tem um fetiche de um modo geral, é extremamente complexo achar seu outro pé de sapato! Aquele que vai se encaixar com você. Principalmente dentro do Feedism, pois poucas pessoas conhecem, e, os que conhecem muitas vezes têm visões distorcidas sobre a prática. E mesmo os que são, preferem ficar no anonimato e não revelar seu fetiche. Isso se dá por uma série de fatores, incluindo a discriminação e não aceitação das pessoas de um modo geral, que acham a prática por vezes bizarra, praticada por pessoas não muito normais. Infelizmente sofremos com esse tipo de conceito e estereótipos. Alias, por falar em estereótipos, os gordinhos sofrem bastante por isso. São tachados sob vários pré-conceitos; preguiçosos, deprimidos, fracos, carentes, mal amados, desleixados, despreocupados com sua saúde, para as gordinhas; mulheres fáceis “de pegar”, pois são carentes rejeitadas, etc. E quem sempre foi gordo, duvido que não tenha sofrido algum tipo de humilhação na escola ou amiguinhos da rua. Com certeza sofreu.  A criança que sempre teve sobrepeso e sofreu por isso com piadinhas jocosas e maldosas, tendem a crescer detestando seu corpo e seu estado corporal. Isso se agrava com a pessoa que sofre pressão também dos pais e familiares, dos amigos, e principalmente, isso tem um peso visceral para meninas, já que para nós ficou o peso de sermos belas para atrair o sexo oposto. Para as mulheres a herança de ser cobrada para ter um corpo dentro dos moldes atuais de beleza; magras ou gostosas em forma, é algo real e presente. Embora hoje se tenha e sempre teve homens que sentem atração por mulheres acima do peso, isso não é comum, sequer empatado com o restante dos homens. Basta passear pela internet onde o assunto é gordinho e sempre terá um asno e imbecil pra dizer que os gordos são ridículos e patéticos.  Na verdade quem é magro demais, aos olhos desse tipo de besta, também é ridículo, e sofre piadinhas infames. Então se você não estiver dentro de um molde bem definido, você sofrerá com rejeição e avaliação negativa.

È muito difícil achar uma gordinha que queira ser gorda. E há quem alegue veementemente que todas as gordas que falam que são felizes com seus corpos, estão mentindo. Que isso é na verdade um mecanismo para se aceitar. Então ela precisa repetir cem vezes por dia que seu corpo é lindo e ela é feliz assim para poder aceitar sua gordice. Particularmente sei que de fato, há pessoas que se pudessem ser magras, seriam, mas se renderam ao seu corpo avantajado, por anos a fio de dietas mal sucedidas. Porém existem SIM, pessoas que de fato amam seu corpo com sobrepeso. E n será você quem irá atestar o que se passa dentro do coração de uma pessoa pra dizer se ela é ou não feliz com seu corpo. Se enxergue e olhe pro seu umbigo e deixe o dos outros em paz. NÃO GENERALIZE! ISSO É UMA IMBECILIDADE!

Por pessoas desse tipo é que muitas pessoas, principalmente mulheres, crescem detestando seu sobrepeso, justamente por causa da nossa cultura e das humilhações que sofreram. Fato! Muitas crescem e entram na idade madura com complexo de inferioridade, medo, excesso de timidez, neuras, vergonha do seu corpo, cheia de privações, travas e culpa. Tudo por quê? Porque foram conduzidas a agirem assim pela sociedade que a massacrou em sua infância e adolescência. Exagero? Existem pessoas de todos os tipos psicológicos. Umas conseguem lidar bem e superar situações negativas de sua infância e outras carregam traumas que refletem em sua idade adulta e se não buscar ajuda psicológica, será um adulto cheio de privações e entraves. Estou exagerando e não sei do que falo?

Sei muito bem!

Sobre ser gorda, entendo perfeitamente. Alias, entendo sobre ser os dois biótipos femininos; em forma: com curvas perfeitas e em forma de barril! E cá entre nós, demorei anos para aprender que a nossa alegria de viver não está nas medidas de nosso corpo, mas na ACEITAÇÃO e de “um gostar de nós” como estamos, seja gordo ou magro. Não adianta ser magra se para manter isso é uma tortura angustiante dia a pós dia. Da mesma forma que ser gorda, e se sentir infeliz por estar assim também não é legal e não lhe faz feliz. Então emagreça e seja feliz! Pois o que todos nós buscamos é justamente sermos plenos, felizes e ter uma vida prazerosa, de bem consigo mesmo. Então se ser gordo te traz infelicidade; emagreça. Se para manter medidas enxutas, a vida lhe parece infeliz, cheia de privações e pressões, relaxe e coma o que te dá prazer e se liberte das regras de ser assim ou assado! 
Sofri todo tipo de humilhação na escola, devido meu sobrepeso. E olha que eu nem era enorme. Apenas gordinha! Na minha época quem era gordo, quem era feio e esquisito demais, orelhudo, vesgo, magro demais ou negro, putz! Sofria muito, muito mesmo. E eu não fiquei fora disso. Então sei bem o que é sofrer na pele nua e crua humilhações públicas pelo nosso corpo. E eu fico vendo esse pessoal que nunca passou por nada disso querer falar com autoridade sobre o que se passa dentro de nós, isso sim é que é ridículo. Hoje em dia ainda existe, e como, preconceitos de várias naturezas, só que mais velado. Quem é obeso tem mais dificuldade de conseguir emprego em detrimento aos gatinhos e gatinhas em forma e saradinhos. Fato! Afinal gordo não tem uma boa apresentação.
Então, quem sempre foi gordo, e mulheres em especial, com certeza já foi rejeitada por algum homem em sua vida por este fato, já sofreu algum tipo de piadinha nojenta, brincadeirinha sem graça sobre seu peso e os famosos apelidos talvez ela conheça de cor. Eu tenho uma lista deles; bujão, casa da banha (da minha época), barril, baleia, rolha de poço, bola sete, gorducho, orca, morsa, rinoceronte, Free Willy (mais moderno), leitão, elefante, bolo fofo, balão mágico, balofo, jumbo, bolota, e por aí vai! Afinal zuar um gordo é divertido demais! Quer ver só? Basta um gordinho dizer que vai entrar na dieta, para no dia seguinte seus familiares e amigos ficarem esfregando várias guloseimas na sua cara. É muito divertido! E durante o dia, mandar várias fotos de tortas, feijoada, doces, salgadinhos pelo facebook apenas para torturar o gordo. Mas se um alcoólatra quer parar de beber, duvido que algum parente vá de propósito esfregar na sua cara um copo de cerveja geladinha. Um fumante não terá nenhum parente acendendo um cigarro na sua cara de propósito para sacanea-lo. Mas com o gordo, aí é outra história. Tive uma amiga que falava que gordo não precisa ter nome, pois é referencia de direção: “siga em frente e depois daquele gordo ali, você dobra a direita”.  

Mas o fato é que, é preciso entender que para quem é realmente gordo e precisa emagrecer por problemas de saúde, a obesidade realmente deve ser combatida porque para os gordos de um modo geral (salvo os que engordam por problemas de hormonais ou outros distúrbios) é um vício também se equiparando ao álcool, drogas e tabaco. E pior! Uma pessoa gorda que precisa parar de comer compulsivamente, terá muito mais dificuldade do que um tabagista por exemplo. Pela seguinte questão. Um gordo entrará todo o santo dia, várias vezes por dia em contato direto com seu vício. E aí? Diferente do tabagista, do alcoólatra e do dependendo químico. Ele só entrará se quiser e não puder ser forte o suficiente para não ir de encontro ao vício. Porém o vício do gordo está dentro da casa dele todos os dias. Então pra quem é mais difícil? 

Há quem diga que só é gordo quem quer. Realmente! Quem de fato quer emagrecer, pode emagrecer. Basta força de vontade. Da mesma forma que um dependente químico que quer de livrar das drogas, também o pode, basta querer com veemência. Entretanto devemos entender que assim como para o alcoólatra que já é doente e dependente, ele não bebe por falta de vergonha na cara, seu corpo é dependente do seu vício e envia sinais que o conduzem ao vício. Então o gordo também não come por é sem vergonha, mas porque o seu corpo dá comandos para ele comer mais. Para muitos a comida já se transformou num vício e compulsão difícil de ser combatido, principalmente porque como falei, o gordo entra em contato toda hora com seu vício, e resisti-lo é de fato, complicado. E para quem ama comer, é uma tentação enlouquecedora ver um prato de churrasco, batata frita e não poder devorar. Ter que medir quantidades, acho que é o pior de tudo no processo de emagrecimento. Mais torturante talvez do que se privar de muitos alimentos.
E de dietas e nutrição eu entendo e muito bem. Fiz todos os tipos; da lua, da sopa, grupo sanguíneo, da proteína, a tradicional, dos pontos, tomei remédios, shakes, academia, tratamentos para gordura localizada. Gastei rios de dinheiro na tentativa de emagrecer, e vivi longos anos de minha vida magra e em forma. Era feliz? Sim, muito feliz. Porque minha felicidade não estava no volume do meu corpo. Por que emagrecer então? Primeiro que foi minha mãe quem me emagreceu quando eu estava entrando na adolescência, pois não admitia, nem admite hoje sua filha com sobrepeso. Não foi uma escolha minha. E segundo que eu seguia um modelo de comportamento do meio que me cercava. E depois que emagreci sempre tive dificuldade para ganhar peso. Mas não era fanática por magreza, nem nunca me preocupei em ceder o que as pessoas a minha volta achavam. Ao contrário, sempre gostei do meu corpo “cheinho”. Mas o ritmo de academia e trabalho me mantinha sempre magra. Porém o que mais odiava e nunca cedi a isso, e ter vontade de comer algo e não comer com medo de engordar.
 E quando eu comecei a engordar e por quê? Depois de um tratamento hormonal para engravidar e depois da gravidez. Acomodei-me com meu corpo, porque simplesmente não me incomodava engordar. Durante a gravidez talvez tenha sido o primeiro contato meu com um comportamento que hoje faço sem culpa; comer até não poder mais. Como estava grávida, tinha a desculpa de comer por dois e, além disso, comendo ou não eu ia crescer, então, sendo assim, me entreguei a gula e comia sem parar, e com a consciência tranquila e ninguém ia me censurar também pelo meu prato de comida, ou pelo frango inteiro que comia, pois afinal, estava grávida. E eu comia bastante, mesmo com uma dieta passada por nutricionista e cheguei a engordar quase 30 quilos durante a gravidez. Depois que meu filho nasceu, eu não liguei mais em buscar meios para emagrecer, primeiro porque estava focada num processo que foi muito difícil pra mim que foi criar o primeiro filho sozinha, sem ajuda de mulheres mais velhas e experientes para me ensinar a lidar com um recém-nascido. Além disso, eu não via o meu sobrepeso como feio. Continuei me achando bonita, mesmo com as pessoas a minha volta dizendo que eu tinha que fazer dieta. Mas se achar bonita e ter prazer em desfrutar de um corpo cada vez maior são coisas um pouco diferentes, que só aconteceu quando eu conheci o feedism.

Então resumindo; há os que precisam emagrecer por problemas de saúde. E dou o maior apoio. Revejam o seu fetiche. Quem sabe você descobra outros métodos igualmente prazerosos para você de lidar com ele. E pra você que vive se torturando, fazendo dietas mirabolantes, se sentindo pressionada, indesejada, baixa estima, e numa eterna luta contra a balança para ser mais bonita, desejada e se encaixar nos padrões, mas ama comer e isso te deixa frustrada, bom... não sei, mas repense suas prioridades também. É errado ser gordinho pra quem?  
Acredito que tenha muitos feedees em potencial por aí, mas vivem sufocando seus prazeres e desejos por medo de engordarem e não ser aceitos e pior, serem recriminados pelo meio que vivem.
Certa vez conversando com um feeder amigo meu, ele me fez a seguinte pergunta: “quantas mulheres feedees existem por aí e não sabem ou não se aceitam”? Eu não sei responder, mas acredito que muitas apenas gostariam de ouvir de um homem que ama a seguinte frase “ amor, não se incomode com dietas, eu amo o seu corpo gordinho assim mesmo, e se engordar mais, ainda mais você ficará sexy, gostosa  e bonita pra mim”. Eu creio que muitas e muitas mulheres desejariam que seus namorados aceitassem ela com o corpo que tem e sua tendência para engordar ou não. Poder comer sem culpa, sem medo de que vai ganhar algumas gramas a mais e viver despreocupadas com dietas  torturantes. Já pensou? Sonho!
O fato é que no Brasil quase não existem feedees. Há muitos mutual gainer e foodee, mas feedee, é um em um milhão. Justamente devido a nossa cultura de corpos secos e em forma.

Como saber se sou uma feedee? 


Todo(a) feedee ama comer e tem uma gula imensa e desejo de  engordar. Ela pode chegar a se pesar com frequência, usar fita métrica para acompanhar o crescimento de suas medidas. Esse ato de comer e ter seu corpo maior e grande é motivo de muita alegria para as feedees.  Ela se sente livre por poder comer o quanto quiser a hora que quiser, sem horários pré-determinados e números de refeições por dia. Para ela comer é uma das maravilhas do universo e não entende como tem gente que pode se censurar por isso. Concentra-se no seu corpo e no ato de engordar. Mas a diferencia da feedee, para os mutual e foodee, é que a feedee quer engordar e sua excitação está aí também. Sente prazer em ver seu corpo ganhando volume, ficando mais pesado e curte cada centímetro do seu corpo, como ele é.

Porém um ponto a se destacar, é que essa relação tão intensa e prazerosa de ganho rápido de peso, sempre está associada a ligação com um alimentador. Dentro do que entendo se não há essa parceria, e mesmo assim a pessoa entra num processo de engorda, ela é uma gainer; pessoa que quer engordar por conta própria, sem a ajuda de um alimentador. Ela não deixa de ser um feedee, porque seu tesão está em engordar e comer cada vez mais para isso, porém é de uma categoria diferente. Os Gainer aceitam incentivos de terceiros para engordarem, porém não há um vínculo com uma única pessoa como a relação entre um feeder e um feedee. Os Gainers podem inclusive aceitar incentivos de pessoas de outros países e se relacionar com outros feedist de qualquer lugar do mundo dentro da virtualidade, pois não há a necessidade da ligação real. O incentivo vem através de comentários em grupos de relacionamento, através de webcam, receitas compartilhadas, dicas de dietas engordativas, seguidores, etc. Porém ressalto que essa é uma visão minha mediante a interpretação comportamental. E não quer dizer que quem pense diferente, esteja errado.

Já um feedee precisa de um feeder para entrar com tudo dentro do fetiche e engordar mais. Ela precisa de uma ligação, um vínculo mais forte com uma pessoa para juntos desfrutarem do ganho de peso, pois não basta engordar. É preciso ter prazer em usufruir de um super corpo. Essa é a questão e não somente engordar por engordar! Então para uma (o) feedee o prazer está em ter a plena liberdade e prazer inenarrável em comer o quanto quiser e tudo que gosta, engordar e acompanhar a transformação do seu corpo e poder junto com quem gostamos, aproveitar desse estilo de vida e de um corpo grande que alimenta o desejo e excitação sexual do casal. Lembra o que falei sobre o Feeder e a Feedee? Que um alimenta o outro? Por aí!

Por isso que considero diferente um Gainer de um Feedee. Para o Feedee existe a necessidade de uma parceria íntima e amorosa com um alimentador para que ambos possam desfrutar do corpo grande com o aumento de peso. Então não é somente engordar. Já o Gainer não precisa ter um parceiro ao seu lado e embora ele aprecie sentir e ver seu corpo engordando, isso não é uma mola propulsora para uma relação sexual por compartilhar seu corpo mais pesado com ninguém, mesmo que ele o compartilhe virtualmente com outras pessoas.
Geralmente quem é feedee somente entra em franca engorda junto de uma pessoa, um alimentador ou mutual ao seu lado. O que não significa que ela (ele) quando está sem uma relação fetichista, abandone o prazer que confere o seu fetiche. Apenas não há a vontade e estímulo em engordar de forma mais incisiva e controlada. E com isso ela pode manter seu peso ou sofrer poucas alterações nele, pois ela vive relaxada, sem ou com eventuais sessões de stuffing e come sem a intenção de engordar a grandes proporções, já que não tem com quem compartilhar sexualmente as alterações de seu corpo e nem desfrutar dele com o peso ganho.
Apenas ressaltando... Feedee não engorda pelo seu parceiro e entra num processo desses simplesmente pra relação ser feliz e satisfazer o outro. Ele engorda porque é um imenso prazer para ele engordar também. Uma (o) feedee de fato, tem prazer em tocar e sentir seu corpo mole, mais gordo, apertar-se e  sentir a pele macia e fofa. E um prazer tátil e que aguça os sentidos tanto do feeder como para o feedee. E para que esse prazer seja pleno e se posso usar o super corpo de forma que provoque imenso prazer erótico e sexual, precisa-se de ter um parceiro para compartilhamos toda essa maravilha, né!
Ao passo que se uma pessoa faz tudo isso, mas não sente tesão com seu corpo, não gosta dele no fundo, não se sente feliz engordando e faz apenas para segurar o parceiro e a relação, ela (ele) não é de fato um feedee. Repetindo então um conselho já dado aqui; cai fora, pois essa relação tem tudo pra dar errado e te fazer infeliz!

E por isso mesmo que achar uma garota (o) que seja realmente uma (o) feedee, e ainda haja uma afinidade mútua com você aqui no Brasil é como ganhar na loteria. Se você tem a sua, agarre-a. Trate-a como uma Deusa, uma Rainha que ela é, pois será muito difícil achar outra. E mais, incentive-a em prestar atenção na saúde dela, dieta calórica mais com altas quantidades de fibras, frutas, verduras e legumes. Os shakes calóricos que muitos feeder e feedee incluem na dieta são excelentes para engordar, então dá pra retomar grandes quantidades de alimentos mais saudáveis e cheios de vitaminas essenciais para o nosso organismo. E diminuir a carga de fritura e gorduras trans e saturadas. Fica a dica!    


Os textos escritos nesse blog pertencem a Feedism Brasil e tem seus direitos autorais protegidos. 

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