terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Discriminação e Distorções repassadas

O pré-conceito sobre Feedism!

O pouco material que se acha sobre o assunto, esmagadora maioria sites em inglês, passa uma visão aterradora, estranha, bizarra e todos os documentários que achamos, abordam o tema explicitamente e implicitamente como algo doentio, passível de tratamento por se tratar de um desvio psicológico. Poucos sites, todos americanos são instrutivos e servem como meio de interação entre os praticantes. A falta de bons materias sobre o tema, exposto de forma esclarecida e embasada, ajuda e muito aos poucos que lerão ou verão sobre o assunto, sairem com a opinião formada que as pessoas ligadas ao feedism são anormais, doentes, e porque não: perigosas. Simplesmente porque muitos documentários adoram abordar a “versão mais hard” da prática, como se isso fosse uma resumo do que é. Talvez porque seja a que conhecem, ou a que dá mais ibope e é sensacionalista. E por essas matérias que os leigos acabam comprando a ideia que o feedism se resume em um casal hetero onde o homem (fedeer) é o alimentador de sua parceira que é a alimentada (feedee) até que ela chegue a níveis mórbidos de não conseguir sair da cama e ter pouca mobilidade devido ao peso que se chega e ser dependente completamente do parceiro até pras necessidades mais básicas de higiene pessoal e alimentação. É verdade que há casos do tipo, mas isso não resume a prática e faz parte de um pequeno grupo de pessoas. Tal situação é inclusive questionada por muitos praticantes, mas esse é um tema que irei abordar em outra oportunidade. 
Ainda esclarecendo sobre ideias "vendidas" pelos blogs e documentários por aí, é bom deixar claro que as relações entre parceiros não são somente entre casais heteros, mas há muitos casais homossexuais que tem o mesmo fetiche e são feedist*(praticantes em geral de Feedism)

Muito parecido, porém sem comparação em vários aspectos, são as práticas S/M – BDSM- Sadomasoquistas. Seus adeptos formam um pequeno grupo que em sua maioria vivem no anonimato. São mal compreendidos pelos leigos e curiosos, julgados como doentes e anormais, promíscuos, estranhos e bizarros.  E muito material sobre o assunto não esclarece e distorce cada vez mais, mostrando cenas de fato perturbadoras de violência e alta tortura, zoofilia (o que não é uma prática BDSM pois não estabelece sadismo de um e masoquismo de outro), coprofagia que fazem parte de um pequeno número de pessoas dentro dos BDSMs. Entretanto é importante frisar que diferente do Feedism (fetiche muito mais recente do que o S/M em termos de material visual e escrito), o BDSM tem pela internet vasto material de qualidade escrito por pessoas sérias de fato, que tem o BDSM como estilo e filosofia para suas vidas e não como uma curiosidade adolescente e nem como leigo que viu um vídeo sobre o assunto e se achou conhecedor o bastante pra lançar sua opinião publicamente. Há grupos de bate papo exclusivos para o público sado e se você ficar por vinte minutos numa sala de chat com algum nick sugestivo a prática, com certeza terão pessoas que identificarão e saberão do que se trata. Pois é algo mais “popular” que o feedism. Como também é de mais fácil a interação entre os afins, graças a ferramenta da internet e dos grupos para S/M. Mas dentro de nossa sociedade, ainda são marginais – vivem a margem dos conceitos morais e éticos da nossa sociedade e em vias gerais, são mal vistos e incompreendidos.


Da mesma forma são os que fazem parte do Feederism. Todos são marginais por viverem a margem de vários conceitos sociais, e aos que são gordos; dos conceitos ESTÉTICOS e do que é considerado são pelo meio que vivemos. Ou seja, um feedist é discriminado pelo menos duas vezes; primeiro porque não faz parte do modelo estético considerado o aceitável e ideal, caso seja obeso, e segundo porque não é visto como uma pessoa normal; afinal quem em sã consciência acha atraente pessoas obesas, ou tem prazer e gosta de ser obesas, ou querem engordar, ou sentem excitação sexual associando comida a sexo ou erostimo? Ninguém? Ou só os malucos, certo? É assim que todo o resto da sociedade mundial nos vê, pois acredito que só quem é um feedist pra entender de fato, outro feedist. 

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