quinta-feira, 26 de junho de 2014

O que será que é


Pra fechar a noite que passei com vocês... 

Andei tendo alguns momentos de "pane feedee", mas já voltei orgulhosa a assumir quem sou hoje! E nada tão perfeito define pra mim o que move e anima nossa alma do que o que Chico poetizou:

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo”

Só quem é feedee, um feedist de alma e talvez um bom feeder pra entender o que essas palavras querem realmente dizer e o que significam, ao que se destina, dentro do nosso universo.


Bjo da Vênus e boa noite !

Saindo do armário


Boa noite Feedists!

Esse blog pra mim é um xodó. Não dá pra ficar muito tempo sem passar por aqui. E vou falar sobre um assunto primeiramente por hoje que há tempos tenho refletido.

Vamos começar em se é válido assumir nossa identidade fetichista para as pessoas.

Há um tempo atrás fui convidada para participar de um programa de t.v para falar sobre o feederism e como era na prática o fetiche na vida de um casal feeder e feedee. Por várias questões tive que recusar o convite. E quem me fez o convite comentou que talvez nós não estejamos prontos ainda pra sair do armário.

Mas primeiro, a recusa, além de outras causas que não cabe aqui colocar, foi o temor de como realmente o assunto iria ser passado no final das contas ao público. Segundo que como mostrar nossa identidade num meio social que repudia obesidade e prega a magreza e boa forma por pura estética? Claro que há toda uma questão de saúde pública, mas muitas vezes, muitas mesmo, isso é a muleta do preconceituoso contra quem está acima do peso ou simplesmente é gordo.

Ser gordo não é fácil. Gostar de se relacionar com obesos também não é. Porque os amigos, os familiares irão cair de pau em cima de nós, com comentários jocosos de todo jeito, repreensão e questionamentos mil. E por trás os risos e piadinhas velhas e batidas que magoam no fundo. “cara, você tá doido sair com aquela gorda? Tá na seca é?”. “ Amiga, mas o que o você viu naquele paquiderme, tá louca”?

Se não é fácil pra feedee (pois claro, ela é quem sofre maior pressão de todos os lados). Para o feeder ou apreciadores de bbws também não é. E muitos de personalidade frágil, gostam, amam obesas, mas preferem esconder isso, e sair com elas escondidos pra não ter que enfrentar a gozação dos amigos.

Para assumir o que gostamos de ser; gordos e queremos é mais. É ter que peitar as pessoas mais próximas de você. É ser bombardeado de todas as formas para que você repense e para com essa insanidade. E daí vale apelar pra tudo a fim de convencer; saúde, rejeição, feiura, alvo de gozações, etc.

E o mais importante a destacar. Não somos sozinhos no mundo. Temos filhos, família, trabalho e dependemos dele pra viver. Como dar a cara publicamente num meio com tal mentalidade? Não estamos falando de se declarar homossexual, mas praticante de um fetiche que o meio abomina, há grupos anti-feederism e que ninguém aceita ou entende, nos vendo como anormais e desequilibrados. E há quem se ache no direito de fazer campanha contra, como se estivessem defendendo a saúde pública. Então não é uma questão de não estarmos prontos para sair do armário. O mundo ainda é que não está pronto pra nós.

Simples assim!

Porque a mentalidade das pessoas ainda é treinada como um cão para pensar, achar e apreciar o que a maioria determina. Somos criados e contaminados pela forma do meio social é que brutal, desde o nosso nascimento.

As bbws e ssbbws quando passam na rua, são motivos de olhares de espanto, comentários do tipo “meu Deus, como é gorda”, “porque não emagrece”, “coitada”, “que ridícula”, “nossa é tão gorda que não sei como consegue andar”.

Então quem é feedee tem que estar ciente que isso ocorrerá. E para uma feedee que tem tesão e orgulho de cada quilo que se esforçou em ganhar, isso não lhe atinge como uma bomba destruidora, que detonaria com qualquer outra mulher do mundo. Pra nós, ser reconhecida como gorda, enorme, imensa, é um orgulho, porque afinal é isso que queremos ser. A única coisa que realmente me irrita e chateia é a pressão familiar. Que tenho que contornar com diplomacia, mas do meio que me cerca, eu adoto o protocolo equino. Conhecem né?!

Educo meus filhos a não ter nenhum tipo de preconceito com pessoas de qualquer tamanho; baixo demais, magro demais, gordo demais, estranho demais. Aceitar as pessoas como são em termos de aparência é educar futuras gerações a serem menos preconceituosas e arrogantes de achar que detém modelos de beleza que todos devem seguir. Porque estamos falando somente de obesos, mas quem está magro demais, também está fora da casinha. Quem é alto demais, baixo demais, branco demais. Tudo que está fora dos padrões é considerado bizarro e motivos de chacotas e olhares compridos e cotoveladas na rua. “olha aquilo ali”.... Geralmente define-se os “fora da casinha”: como “aquilo”.   E bem, tenho filhos e não gostaria que meus filhos, ouvissem a mãe deles ser chamada de “aquela coisa”. E por isso educo desde cedo pra que eles repudiem esse tipo de atitude e entendam que isso parte de animais ignorantes que não merecem ser ouvidos e sim ignorados. E que nem por um segundo, deixem ser atingidos por ignorantes escrotos como esses.  

Como esperar dessas pessoas que aceitem que há pessoas que amam engordar e amam um gordo imenso que quanto maior melhor e mais bonito?

 Não precisamos convencer ninguém, e nem trazer ninguém pro nosso mundo. Há em potencial milhares de pessoas feedists por aí. Mas simplesmente se travam, se proíbem, censuram e não admitem sequer sentir, ou pensar diferente. Porque afinal, queremos, precisamos ser aceitos em nosso meio. Isso é o natural do ser humano. E errado pensar e querer isso? Claro que não. Mas o contrário também não deveria ser. Mas a realidade é que não é. Não se aceita o diferente.

Então quem sabe daqui ha décadas, quando o meio estiver pronto pra respeitar e mais evoluído pra entender o feederism, seus praticantes possam sair do armário de verdade. Porque querer peitar o resto do mundo, é desgastante e temos muito mais o que fazer, delícias nos esperando pra perder tempo com asnos com viseiras nos olhos que só olham pra uma direção. Deixa o povo evoluir um cadim mais e a ponto de aceitar cada um como é e gosta de ser!!

O mais importante do que sair pro mundo levantando uma bandeira, é criar meios pra nós feedists nos encontrem, interagirmos, trocar ideias, e criar laços de amizade. Isso sim é fundamental pra nós. E não ficar a mercê de sites de relacionamento americano, pois lá é outro mundo, outra mentalidade, e cá entre nós... pra quem não fala inglês, ter que conversar usando o tradutor é um pé no saco! Quero é brasileiros, intensos e que falem a mesma língua que a minha!


Frase da Vênus: "Então não é uma questão de não estarmos prontos para sair do armário. O mundo ainda é que não está pronto pra nós."

Simples assim!

Bjo da Vênus!!
  


  


terça-feira, 10 de junho de 2014

Mundo Feedee da Vênus III

Boa noite a todos!

Falarei hoje sobre um assunto que é o cartão postal do feedism nos documentários bizarros que criam para programas de televisão. E foi uma pergunta que me fizeram um tempo atrás em um e-mail que recebi.
    
        Já fiz alguns comentários sobre o tema, mas volto a abordar agora sobre a imobilidade.

Cada um tem o direito de faz o que bem entende com o corpo, sua saúde e sua vida. E desde que a pessoa não manifeste que quer retroceder em sua escolha, acho que devemos deixar cada um ser viver ao seu modo, desde que claro, isso que esteja ferindo a integridade de outras pessoas, além dela mesma.

Então respondendo sobre minha opinião acerca da imobilidade. Sou categoricamente contra, e, jamais aceitaria isso mim. Acredito firmemente que podemos viver muito bem o fetiche e ter muito prazer com ele, sem jogar todo o resto da nossa vida fora e reduzir anos de vida com isso, uma vez que a obesidade a tal ponto acarreta várias complicações de saúde que inevitavelmente nos roubará muitos anos que poderíamos viver saltitantes por aí, curtindo tudo o que a vida tem a nos oferecer ao invés de estar entrevada em cima de uma cama, resumida a comer, fazer sexo e comer de novo.

A imobilidade pra mim é outra forma de prisão. É direcionar toda  sua vida pra um único propósito, pra uma única pessoa e viver o resto da vida totalmente dependente dela. Pra uma pessoa como eu, isso seria pior que a morte. Mas o ser humano também é feito de extremos e desequilíbrios. O amor dá lugar a obsessão e o fetiche ao vício descontrolado.

E como diz a canção: “ A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão, balet”. Quero que o fetiche faça parte da minha vida, mas não que seja toda ela. Precisamos viver, trabalhar, produzir, cuidar de nós mesmas, passear, interagir com o mundo e não passar o resto da vida em cima de uma cama, ou se arrastando por uma casa, tendo dificuldades até pra ir ao banheiro. Mas somos responsáveis por nossas escolhas, e prisioneiros das consequências também.  

E por falar em consequências... Vamos ver alguns casos de imobilidade de algumas das pessoas mais obesas do mundo e as consequências de seus níveis de obesidade pra que nós possamos ter uma ideia do que o descontrole pode nos conduzir e como é estar nesse patamar de peso.

A americana de Iowa, Charity Pierce de 38 anos é atualmente uma das mulheres mais obesas do mundo, com 346 quilos. Ela sofre de linfedema, uma complicação linfática que nela causou grave inchaço nas pernas e quadril. Atualmente ela luta para conseguir uma cirurgia para auxilia-la na perda de peso. Não preciso nem dizer que ela se locomove com muita dificuldade com ajuda de um andador.   Os médicos de sua cidade se recusam a opera-la, a menos que ela emagreça 90 quilos.

Terri Smith de 44 anos, tem 317 quilos também mora nos Estados Unidos, Ohio. Confinada em seu quarto, ela depende do marido e da filha para tudo, até para se mover na cama. O problema é agravado porque ela sofre de intensas dores de cabeça e não consegue sair de casa para ir a hospitais. Tão pouco entrar no aparelho de ressonância magnética para uma tomografia.

Mayra Rosales

Em alguns sites podemos vê-la sendo chamada de mulher mais gorda do mundo com quase 500 quilos. Ela ficou conhecida mundialmente  em 2008 porque foi acusada de matar o sobrinho. Mayra alegava que matou acidentalmente a criança ao cair por cima dele com seu mega corpo. Porém a polícia não acreditou que ela teria condições de sair da cama e andar pelo quarto ao ponto de tropeçar e cair por cima dele. Além de após a autopsia do corpo, foi constatado que a criança tinha evidencias de maus tratos e violência o que não era compatível com um esmagamento. E ela foi inocentada. Rosales foi manchete em muitos jornais Norte Americanos e tem um vídeo no youtube que exibe ela tomando banho em sua cama por um cuidador. Porém li num site que atualmente ela emagreceu cerca de 380 quilos e está mais magra do que eu. Por volta dos 80. Mas quem souber de informações mais atuais, por favor, poste nos comentários.

Agora já imaginou uma pessoa tão gorda, mais tão pesada que seria preciso treze pessoas apenas para lhe virar de lado em sua própria cama? Jon Brower é considerado o homem mais pesado da história com seus 635 quilos. E isso era apenas um peso estimado pela dificuldade extrema de mobilidade e consequentemente pesa-lo precisamente. Também norte americano da cidade de Washington faleceu aos 41 anos em 1983 devido a complicações provocadas pelo excesso de peso.

Agora outro record. Michael Hebranko entrou para o guinness book  como a maior perda de peso já registrada. Ele passou de 411 quilos para 90 quilos. Michael é interessante porque quando se internou no hospital São Lucas em Nova York e entrou em tratamento para diminuir peso, conseguiu perder mesmo. Com dietas e exercícios físicos com um personal trainer Richard Simmons. E com seu novo peso, ele saiu viajando pelos Estados Unidos dando palestras de incentivo a atividades físicas e emagrecimento. Participou de talk shows e comerciais promovendo seu treinador Simmons. Porém voltou a engordar no decorrer de sete anos, chegando aos 453 quilos. Precisando sempre de equipe de bombeiros para tira-lo nas diversas vezes que precisou de hospitalização devido a complicações em sua saúde precária. E em junho de 1999 atingiu seu peso máximo, pesando 500 quilos.  Falecendo em 25 de julho de 2013 aos 60 anos. Devido a problemas no coração e hepáticas.

O que essas pessoas tem haver com o Feedism? Tomo cuidado ao falar das pessoas e passar uma imagem que pode não ser verdade. Não estou dizendo que essas pessoas atingiram tais pesos por causa do fetiche. Longe disso. Quem é realmente, o é de forma bem discreta e não sai por aí gritando aos quatro ventos que é gainer, feedee, ou feeder. A única mulher recordista referente a obesidade que é declaradamente ligada ao fetiche que eu conheço é Donna Simpson. Que está no livro dos records como a mulher mais obesa a dar a luz. Seu marido era um feeder e juntos tinham planos para que ela conseguisse outro record; ser a mulher mais gorda da história. Mas ela desistiu após divorcio e o alerta dos médicos: “ou emagrece, ou morre”. Então mudou sua meta para conseguir chegar aos 170 quilos para poder voltar a cuidar de si mesma e sua família.

Então esses casos de obesidade extrema é sempre colocado como uma aberração e monstruosidade e muitas pessoas olham pra isso aterrorizadas ou enojadas, ou extremamente compadecida. Embora eu seja contra a imobilidade dentro do fetiche, não posso ligar os casos a nós. Mesmo que saibamos que há feeders e feedees que se lançam para ter suas vidas incluídas nesse cenário. O que nós podemos ver em todos os casos trazidos na matéria e muitos outros pela net é a precariedade com que essas pessoas passaram a viver e isso é triste sim. Uma pessoa que para ser tirada de casa precisa do corpo de bombeiros, demolir parte da casa, ou mobilizar N pessoas apenas para move-lo do lugar, não é alegria para ninguém. Todas as pessoas que relataram seus casos de imobilidade ou quase, se queixam que vivem com dores todos os dias e pra fazer as coisas mais básicas da vida é um tormento diário.

O que finalmente estou querendo colocar é que o feederism pode ser maravilhoso, mas não é “um passeio no parque” para as feedees e para os gainers. A linha entre curtir prazer, gula, tesão e alegria em engordar e se entregar aos prazeres da comida, a um estado de completa debilidade e sofrimento devido ao extremo ganho de peso é muito tênue. Pois uma vez que desenvolvemos o prazer erótico em comer e crescer é algo muito difícil de ser freado, mais ainda interrompido. O fetichista que engorda precisa de tempos em tempos de freios para manter um ganho controlado. Nem falo em parar de ganhar, mas ir devagar por alguns períodos e principalmente cuidar de sua alimentação, que ela seja rica em calorias, mas calorias “boas” e uma dieta balanceada. Então é preciso entender que deve haver disciplina e boa vontade para não chegar nem perto de trezentos quilos.

Quando falamos “nossa é muito gorda”. Mas esse “gorda” é algo muito relativo. Porque o que uns podem achar algo imenso, pode não ser para outros. E quando eu falo que quero ficar bem gorda, você pode ter uma ideia do que seja bem gorda, e outro pode imaginar diferente.

Então vamos apelar aos números.

Uma mulher considerada bbw é de 130 quilos pra cima, mas tem gente que estipula de 150 pra lá. E daí vamos subindo aos 160, 170, 180...O mundo feedee é de altos ganhos de peso. Porém esse ganho é ou pelo menos deveria ser, relativo a receptividade da pessoa com quilos adquiridos. Uma pessoa que apresenta aos 140 ou até menos, algum problema de saúde grave, taxas elevadas e outras complicações, deve parar e cuidar de sua saúde. A nossa estrutura óssea sente com o peso que tem que carregar que só vai aumentando. Passamos a sentir dores nas articulações sobrecarregadas e a cada dia vai diminuindo nossa disposição para trabalhos que exijam força e grande mobilidade física. E se acomodarmos, vamos ficando piores e o ganho de peso é maior, porque estamos gastando cada vez menos energia. Sem falar que criamos o costume de comer muito, logo nosso estomago é maior do que a maioria das pessoas, e portanto, “pede mais comida”. A dieta para perda de peso é mais difícil por questões físicas e claro, psicológicas. Então fica claro que quando se atinge X peso, se torna mais difícil regredir para qualquer obeso. Para um obeso feedee, complica muito mais. Porque o obeso não feedist, não criou o gatilho de comer e sentir prazer sexual com isso e estimular sua libido. Nós sim. O não feedist somente ama comer e sentir saciedade com a comida. Nós além de amarmos isso, somos acionadas eroticamente. O que faz com que sejamos muito mais dependentes e viciados em comer do que qualquer outra pessoa no mundo.

Portanto vendo por esse prisma, ser feedee e coloco gainers também, pois toda feedee é gainer. É algo realmente complexo. Trilhamos por um caminho que pode chegar ao precipício e nem darmos conta disso. Para as pessoas que estão de fora e sequer conseguem mensurar a relação que muitas pessoas tem com a comida (não feedist também) é algo muito fácil fazer dietas e emagrecer. Acha que todo gordo é sem vergonha e não emagrece porque não quer, ou é fraco e sem vontade. Mas daí comparo ao entendimento também que ignorantes tem sobre os alcoólatras e dependentes químicos. Pessoas simplesmente acham que o alcoólatra não para de beber porque não quer, é safado e adora dormir na sarjeta e dar vergonha aos filhos. Quando o alcoolismo é uma doença que leva a morte e claro, destrói famílias. Mas como qualquer outro tipo de vício e compulsão, podemos claro, frear e controlar.

Vênus, mas você está dizendo que a obesidade ou o fetiche é uma doença? Eu não vejo obesidade como uma doença, muito menos nosso fetiche. A obesidade ao extremo e sem controle, simplesmente pode ser o agente causador de uma série delas e nos levar também a morte. E quando o fetiche vira compulsão sem controle, obsessão, e por mais que precisemos puxar o freio de mão, não conseguimos. Aí chegamos ao ponto sim, de uma doença que precisa de ajuda para que possamos voltar a ter o domínio sobre nossos impulsos. E decidir até onde podemos engordar e quando regredir. Ai meninas, colocamos um Personal Trainer no lugar do Feeder. Ahahaha

Pra quem acha que ser feedee é fácil, que engordar é fácil, que ser gorda é fácil como colocar uma fantasia de Moby Dick e sair por aí desfilando... Sinto afirmar que NÃO É.

Cortejamos o descontrole que pode nos levar a doenças e um nível tão severo de obesidade que ficamos completamente dependentes de outras pessoas para tudo em nossas vidas, até pra beber água e coçar o pé. Então é preciso sabedoria e autocontrole pra saber a hora da entrega total, a hora da entrega parcial, ou da suspensão. Mas adquirir essa disciplina quando se é feedee, é extremamente difícil e vamos fracassar algumas vezes. Pois a liberdade de não ter que medir e calcular o quanto vamos comer, é uma conquista pra nós. É o que nos move e é justamente um dos fatores que compõe a personalidade feedee. Digo porque sei do eu falo. Já tentei algumas vezes controlar o ganho de peso, mas não durava muito tempo.   

Mas então porque ser uma feedee?

Porque ser isso ou aquilo não é algo que escolhemos: “agora eu quero ser feedee”, agora quero ser foodee. Podemos ser atraídas pela luz do fetiche, mas se vamos realmente acender nossa vida com ele, é incerto. Todo personagem do fetiche, desenvolve os padrões de comportamento similares uns aos outros dentro de “sua categoria”, mesmo sem ter contato ou conhecer o fetiche. Por quê? Porque aquela pessoa tem traços de prazer, desejos e gostos, voltados para o fetiche e que estão adormecidos dentro de si. Ela precisa de um gatilho para despertar isso e direciona-la para então sentir o fetiche explodir de dentro do seu íntimo com múltiplos orgasmos e fogos de artifícios brilhando no céu.  Uma vez que não basta gostar de comer, nem engordar, nem fazer sexo passando comida pelo corpo ou comendo, nem namorar com gordinhas ou bbws. Como já falei, se tudo isso não for o pavio que explodirá em intenso tesão, desejo, prazer e satisfação erótica e sexual, o fetiche não foi acionado ainda.
Em suma, tenho orgulho de ser uma feedee e fracamente não escolhi ser, já era. Não escolhi ser despertada, aconteceu. Mas eu nem por um segundo gostaria de voltar atrás no tempo e dizer naquela conversa despretensiosa de chat: “NÃO E ADEUS”. Tudo o que vivi foi divino e escolheria mil vez passar por tudo de novo. E quem sabe eu goste de viver perigosamente entre o limite do descontrole, vício, impulsividade e ao mesmo tempo buscar estabelecer o poder de assumir o controle de algo indescritivelmente descontrolado e ilimitado.

Queria muito dizer que há muitas mulheres querendo brincar de feedee e sequer fazem ideia do que se trata ser uma. Pois o meu desejo é que mais e mais mulheres possam se libertar do aprisionamento de viver sob moldes e controle do meio do quanto ela deve comer e crescer. Mas infelizmente sabemos que nosso universo é limitado. Feedee então é raro. E as que têm acesso a informações sobre o fetiche, quase 100% sequer cogitam imaginar supor ser uma deusa poderosa da gula com mais de 140 quilos. Então acho que com essa matéria deu pra termos uma ideia mais objetiva e realista sobre peso e o que os extremos e descontrole pode levar.

Não acho que por eu viver algo, tenho que enfeitar e camuflar pra inglês ver, mudar a cara pra que fique mais aceitável. Ninguém aceita o que somos nem o que queremos pro nosso corpo. E negligenciar a realidade pra buscar aceitação é um equívoco, pois não precisamos de aceitação, mas de respeito!   

Bjo da Vênus!


Algumas imagens de pessoas citadas na matéria.

Mayra Rosales

Terri Smith

Michael Hebranko antes de emagrecer


Com Simmons já magro em 1988

No auge de sua forma magra em 1991

Obeso novamente