Hoje é sexta-feira e você já pensou o que fará hoje a noite? Dia internacional de curtir com os amigos na saída da faculdade ou do trabalho de preferência tomando uma cerveja pra relaxar e descontrair. Depois das 19:00HS os barzinhos fervilham de gente batendo papo e altas risadas regadas a chopps, cerveja e petiscos.
Nossa!! Bons tempos!! Já fiz muito isso. Na época de faculdade, sexta feira depois da última aula era sagrada o encontro com amigos no boteco mais perto que ficava 2 quarteirões. Era um encontro praticamente de mulheres, pois fazia Letras e como sabem, é basicamente um curso feminino, porque escolhi Português-Literatura. E acho que homem não gostam muito de literatura, então, vivia cercada de mulheres. Na minha sala havia apenas dois rapazes, infelizmente pois sempre preferi a companhia de homens do que de mulheres. Mas sou adaptável e me dava bem com todas! Nessa época vivia preocupada com dietas, e controlando o peso para não ganhar, embora não fosse mais tão rígida assim com peso como antes. Mas uma pergunta que me vem agora na cabeça: Pra quem e por que nos preocupamos tanto pra nos manter magras ou emagrecer? Será realmente porque achamos que vamos ficar feias se engordarmos um pouco, ou uns dez, vinte quilos a mais? Vamos ficar feias que ganharmos mais coxa, mais bunda, mais peito, mais barriga? Mas esse padrão de beleza é seu? Já se viu assim pra saber se vai ou não se achar bonita?
Eu não posso falar pelas outras pessoas, então falo por mim. Se alguém tivesse me feito essas perguntas acima há uns vinte anos atrás, eu não saberia o que dizer de imediato. Ia ter que pensar pra responder. Dos meus quatorze anos até uns trinta, digamos... minha luta contra o aumento peso foi gradativa. No inicio foi levava a médicos para emagrecer pela minha mãe que não aceitava meu sobrepeso (e eu nem era obesa, só um pouco cheinha) Tomei remédios e ela controlava uma dieta de 1000 calorias por dia. Ou seja, só não passei fome porque tomava remédio pra não sentir fome. Isso aos 13, 14 anos. Pra mim hoje como mãe, isso é inconcebível; fazer uma menina de 13 anos tomar remédios controlados e fortes simplesmente pra emagrecer por estética porque eu não tinha nenhum problema de saúde que me obrigasse a ser magra. Mas com a dieta e o remédio, eu sequei! Virei um cabo de vassoura. Rosto magro, dedos secos e quando eu olhava pra minha barriga, era tão lisa como uma tábua de passar roupa. E eu não me achei bonita. A meta era emagrecer mais do que o peso ideal para depois que retirasse o remédio, onde o normal é engordar um pouco, eu atingisse meu peso ideal que era 58 quilos. Fui a 53.
E sabem que meus familiares, vizinhos, colegas perguntavam pra mim e minha mãe se eu estava doente e porque estava com aquela cara chupada! Que raiva me dava! Quando estava gordinha o povo falava "se emagrecesse só um pouquinho".... Quando emagreço o povo diz que minha cara tá chupada e se estou doente. A verdade é que não podemos fazer absolutamente nada para o agrado das pessoas, porque sempre terá um pra colocar defeito e dizer que não está bom. E todo mundo ficou enchendo o saco que eu estava mais bonita antes de emagrecer tanto. E não sei se pelo que os outros diziam, minha mãe relaxou com as dietas e eu sai de uma aparência anoréxica pra normal. Graças a Deus! Mas isso demorou, porque sempre tive dificuldade de ganhar peso. Mas com o controle do sargento (minha mãe) eu nunca engordava muito. Quando ela percebia que eu estava ganhando formas, controlava minha comida. E acho que me doutrinei a ser e querer ser magra por isso. Criou-se em minha mente que mulheres gordas são feias e que não arrumam namorados, porque nenhum homem quer mulher gorda. Que elas só serve pra se tirar sarro e ridicularizadas. Porque era o que minha família fazia com gordos. Apelidos, piadas, zuações intermináveis. E bastava eu engordar um pouco que eles começavam.
No meu caso, toda a minha educação foi pautada no preconceito contra gordos e que ser assim era feio e inaceitável. E quando entrei na juventude, mesmo magra eu me achava gorda e era complexada. Vivia encolhendo a barriga quando estava paquerando alguém, (como se eu tivesse alguma coisa ali pra encolher)! Fazia ginástica, musculação, tratamento estético pra modelar o corpo e tudo o que era possível pra manter um peso de aproximadamente 65 quilos. Minha mãe até hoje guarda algumas roupas minhas dessa época, eu quando eu olho, parece roupa de criança de uns 12 anos. Minha jaqueta de couro (lembrança de minha época meio punk rock dos 20 aos 22 anos) que eu guardei, quem usa é meu filho de 12 anos.
Achava-me bonita naquele época? Sim muito. Mas porque eu me esforçava pra manter um nível corporal e conseguia. Além de não ter a pressão de todos a minha volta com comentário desagradáveis "olha a dieta, você tá ficando com barriga hein, engordou?". Eu trabalhava, namorava, curtia, vivia minha vida e era feliz como um todo e não pelo meu corpo em si. Depois que eu fui ficando cada vez mais independente, eu fui abandonando aquelas coisas todas que fazia pra manter meu corpo. Relaxei com academia, tratamentos caros, e passei a não fazer mais nada aquilo. Se eu engordei? Não. Porque como disse, tenho dificuldades para engordar. Não fazia nada para isso, apenas relaxei e comia o que eu queria. E só com o passar dos anos, fui ganhando mais corpo e me sentindo muito bem meu corpo mais "encorpado".
Então eu segui por muitos anos um padrão que o meio em que vivia exigia de mim. e por mais alguns anos porque pela educação que recebi, tinha medo de engordar e não ser mais desejada pela sexo oposto. E sinceramente essas são as causas completamente erradas pra que você direcione algo pra si e pro seu corpo.
O medo de se tornar indesejável pelos homens, pois a maioria quer o padrão de beleza estabelecido.
Isso é um fato que motiva muitas mulheres a neurose de academia, dietas mil e tudo mais. Mas essas são as que, se tiverem tendência a engordar, engordarão depois de casar. Porque já casaram então pra que se desgastar tanto com dietas e se sacrificar com tudo isso? Embora a maioria engorde, mas sem perder o controle. Porque afinal, podem engordar muito e lascou. O marido perde o interesse e vai procurar uma gostosa sarada na rua. Nossa mente é criada para pensar assim!
A competição velada com as amigas
Toda mulher tem instinto competidor entre si. Mulher mesmo se arruma muito mais pra outra mulher e não pros homens. Mulher quer chegar num festa e estar a altura das outras que estarão lá. Se tiver ex namorado com atual namorada então, ferrou! Um dia de preparações é pouco! Toda essa atmosfera gera em nós mulheres, todo um comportamento de seguir o meio. O padrão é magro, esbelto, e nossas amigas fazem de tudo pra seguir esse modelo e estar pelo menos perto dele. E nós temos tendência a seguir também. Não vamos querer ser a gorda da turma que ficará de vela nas baladas com as amigas. Ou ser a gorda que a amiga chama pra sair, só pra ela ficar em destaque.
Claro que nem todas tem tal comportamento, mas fato é , que a maioria sim. Somos produto do meio e não aceitamos ser diferentes. Pelo menos em algum estágio da sua vida, você foi, é ou será, um produto do meio, como eu fui e milhares de mulheres o são.
Porque praticamente não existe mulher Feefee dentro do Feedism? E porque a maioria dos Feedist são homens? Porque a mulher aprendeu a ter uma educação complexada com relação a gordura e não se expõe. Somos cobradas e exigidas a sempre manter a forma. Já os homens não tem a mesma cobrança. Ser feedee significa que você vai em algum momento engordar e ter que assumir um padrão obeso, já que é igual gravidez... não dá pra esconder de ninguém, pois é algo que CRESCE! e poucas tem coragem pra assumir isso.
Ser foodee não necessariamente tem que engordar a altos níveis, ou irá um dia engordar.
Ser Mutual não significa que se tenha que atingir um nível elevado de obesidade. Existem Mutuals magros ou apenas com sobrepeso, ou uma barriguinha sexy avantajada!
Já a Feefee, quando ela está em sua plenitude dentro do fetiche, ela quer crescer cada vez mais e acaba cedo ou tarde conseguindo. A Feedee é o peso pesado dentro do Feederism e pra nossa sociedade isso não é aceitável dentro do universo feminino, e muitas preferem ser apenas foodee que não engordam, mas se reprimem por medo de ceder aos seus desejos mais íntimos e se tornar uma feedee.
Não é nada fácil ser um feedist. Ser uma Feedee (mulher) é mais difícil ainda. Mas o que eu peço é que pensem em por quê e pra quem tantos sacrifícios para se manter magra? Se a resposta for só por você, porque é mais saudável ser magra, porque se acha linda assim, porque ama seu corpo magro... seu sacrifício vale a pena totalmente e continue assim! E na verdade não existe sacrifício, pois se o resultado a faz feliz, os veículos que te levam a ele, são prazeres também e não sacrifício, não é?! E não algo que lhe limite, ou aprisione! Se você se sente aprisionada e pressionada, acho que tá na hora de repensar suas respostas.
Por que e pra quem afinal você se sacrifica tanto pra manter o corpo dentro dos padrões aceitáveis pelo meio?
Mas hoje é sexta feira e dia de relaxar e comer muito, claro! Dicas para uma engordativa noite de sexta feira:
Rodízio de pizza - sempre bom!
Cervejinha acompanhada de muitos petiscos calóricos - Ótimo
Uma sessão de stuffing com o amor da nossa vida - Maravilhoso
Ficar em casa vendo um filminho sendo alimentada com todo carinho
e ganhando muitos afagos na barriga - Divino!
É só escolher!
A Vênus vai sair com um amigo vegetariano! Vamos ver o que eu consigo comer de delicioso ao lado de um vegetariano radical!
Boa sexta pra todos e Beijo da Vênus!