...Os olhos dele iluminaram-se instantaneamente, e mais uma vez
levantou-se...
...Ela o pegou pela mão e o conduziu de volta ao quarto.
Parou na frente dele e virou-se. Ao ficarem frente a frente, ela olhou profundamente
nos dele em silencio, como se quisesse ler sua alma. E aos poucos foi abrindo um
sorriso misterioso nos lábios perfeitamente desenhados e carnudos. Sem que ele
esperasse, ela o abraçou com uma ternura firme, e por quase alguns instantes,
ele pôde sentir o corpo dela vibrar levemente dentro daquele abraço. Ele
correspondeu, sentindo suas costas fofas e macias, e, o conforto indescritível
daqueles braços roliços o envolvendo todo. E a medida que sentia mais
fortemente aquele corpo todo, tudo ia se intensificando. E num ímpeto de
desejo, ele afastou seu tronco pra beija-la a boca. Mas ela o conteve, pousando
sua mão no peito dele com um sorriso enigmático nos lábios. Curioso, ele olhava
para os olhos dela, na tentativa de imaginar o que viria depois. E ela, despretensiosamente
apenas disse:
- Lembra que eu comi o último chocolate?
- Ele demorou alguns segundos pra assimilar
do que ela estava falando, mas quando ia abrir a boca pra falar, ela pousou o
dedo indicador nos lábios dele, silenciando-o, e disse com um olhar malicioso e
seu sorriso agora era leve e pueril meio de lado:
-Não se preocupe com nada disso! Já volto!
Assim ela passou por ele, indo em direção ao banheiro onde
tinha deixado sua bolsa. No trajeto ele não consegui deixar de reparar seu corpo
nu caminhando graciosamente. Reparar no leve tremor de suas gorduras em cada
passo, e aquela visão o enchia de desejo por cada dobra de banhas de suas
costas e a largura de toda sua silhueta capaz de provocar tanto tesão e admiração.
Ter em sua cama uma mulher tão grande, cheia de curvas e carnes que o espremia
e o sufocavam de tanto êxtase.
E não demorou muito, nossa bela e coquete gorda, voltou com
uma caixa transparente em formato de coração nas mãos, sorrindo como uma
criança que traz um brinquedo para se divertir. Era uma caixa de bombons
Ferrero Rocher; o tradicional coberto com chocolate ao leite e pedaços de
avelã. Ela sentou-se na cama e começou a abrir a caixa sem tirar o sorriso da
face, que naquele momento era uma mistura de malícia e inocência infantil. Ela
pegou um bombom e o desenrolou. Nesse momento ela levantou sua cabeça levemente
inclinada e o chamou sensualmente para junto dela, perguntando:
,
-Quer um? – E mostrou o doce estendendo na direção dele,
falando quase num sussurro:
– Não sou tão gulosa
assim! Posso dividir com você.
Ele não conseguia falar e parecia hipnotizado
por aquela cena, por aquela mulher. E apenas respondeu sim com a cabeça. E com
os olhos grudados nela, a viu colocar um bombom inteiro na boca e mastiga-lo vagarosamente,
suspirando de olhos fechados, sentindo todo o sabor do chocolate. E quando ela
abriu os olhos, mirou diretamente pra ele com olhos acesos, e despudorados e
disse:
-Vem pegar seu chocolate da minha boca.
Sem pensar duas
vezes ele fui até ela e a segurou pelo rosto redondo, de pele incrivelmente
macia e a beijou sentindo o sabor do bombom, mas ela levou com sua língua um
pedaço de chocolate até a interior da boca dele. E naquele momento o sabor do
cacau já estava misturado com o gosto dela. Nunca passou por sua cabeça tanta
sensualidade envolvendo algo tão simples como um pedaço de chocolate misturado
ao sabor do seu templo de desejo, recebido de forma tão íntima, peculiar e
sexy. E enquanto ele terminava de mastigar e engolir, estava mais
ereto que nunca. E ela apenas sorria, como se estivesse se divertindo, como se
aquilo fosse uma brincadeira erótica e ela estava no comando. E em seguida ela
completou:
- Quero que prove da minha boca de chocolate!
E ele
entendeu perfeitamente. Partiu pra cima dela, a jogando na cama com virilidade e
se inclinando sobre ela, a beijou voluptuosamente, passeando com a língua pelo
interior de sua boca, sentindo todo o gosto de chocolate, todo o sabor doce e
picante que vinha dela. Ela correspondia ao beijo cravando suas garras nas
costas dele com força como uma tigresa agarrando sua presa. Ela gemia enquanto
esfregava suas pernas gordas nas dele, se entregando completamente àquele beijo,
aumentava a intensidade do contato. Mas de repente o empurrou, interrompendo bruscamente
o beijo. Surpreso, ele esperou o que ela faria:
- Sabe que não tomamos café da manhã? Estou com uma fome
enorme – E meio atômico, tentando se conter, e entender o que aquela mulher
estava tentando fazer ou dizer. Ela tinha o poder de deixar seus pensamentos
lentos e o entorpecer. Mas ele já estava para pegar o telefone e pedir ao
serviço de quarto o café, quando ela o puxou de volta e sussurrou com sua voz
rouca e macia ao seu ouvido.
- Ah... mas antes disso... quero beber leite quentinho... –
E usando a força de seu corpo, inverteu a posição e ficou por cima dele,
deixando o corpo dele preso por entre suas pernas abertas entre ele. E assim
ela começou seu ato do espetáculo daquela manhã. Numa sessão de beijos,
mordidas, lambidas pelo pescoço, orelha... fazendo questão que ele sentisse sua
respiração quente em seu ouvido, e provocantemente sussurrou:
- Quero que cada quilo do meu corpo gordo e gostoso seja só
seu, meu amor! E o quero muito maior, só pro nosso prazer”- Aquelas palavras
penetraram em seus ouvidos e o atingiram como uma bomba que explodiu num tesão
que ele nunca sentira antes. Mas ela ainda não tinha terminado. E levantou um
pouco seu tronco e o encarou docemente nos olhos e disse com uma entrega e paixão
na voz mansa como numa súplica cheia de manha ardente:
- Quero ficar ainda mais gorda pra você! Me faz engordar
ainda mais, amor?
Aquele momento foi único, inesperado, surreal e
inimaginável. Pois ele jamais pensou que ouviria aquelas palavras ditas com
tanto desejo e sensualidade que contradizia tudo o que as palavras: gorda e
engordar significavam semanticamente para o resto do mundo. E aquilo
correspondia aos seus desejos mais secretos, profundos e que traduzia parte da
natureza dele, do que ele era, do que ele nasceu pra ser.
E naquele momento ele sentiu que aquela mulher era tudo o
que ele sempre procurou por toda sua vida. Capaz de corresponde-lo em tudo o
que ele era. Até seus ímpetos mais primitivos. E após dizer essas palavras, ela continuou a explorar o corpo
dele, fazendo suas mãos percorrerem e apertando toda a extensão de seu corpo,
virilha, e, provocantemente de leve, passou a mão em seu sexo ereto como
rocha. Ele mal conseguia esperar que ela
chegasse com aquela boca rosada desenhada pelos deuses em forma de coração em
seu sexo. Mal conseguia se conter imaginando as sensações que aquilo iria
provocar. Mas ela gostava de torturar e demoradamente lhe proporcionava outros
prazeres; lambendo, mordendo de leve, passando as unhas devagar pelas suas
coxas e peito, costas. Ele podia sentir a respiração ofegante dela em sua pele,
causando ondas de arrepios e contrações musculares inesperadas. Parecia que ela
estava se alimentando com gula da pele dele, seu suor, seus pelos. Até que
finalmente ela estava com a cabeça sobre aquele instrumento, o qual, ela o
admirava e avaliava; seu formato, espessura, extensão. E ela pensou: “Um mastro
digno para uma rainha”. Mas antes de qualquer manobra, ela olhou para ele de
baixo pra cima na direção de seus olhos e disse inebriantemente:
- Quero sentir teu gosto e quero ser nutrida pelo seu sêmem,
que você me alimente dele!
Ele sentiu
naquele momento um prazer incompreendido ainda pela sua razão e mexeu
profundamente em seu interior. Mas ele não tinha tempo para pensar e escolheu
se deixar levar por aquela mulher e somente fechar os olhos e ser apenas
sentidos, instintos, como um animal junto de sua fêmea.
Ela se jogou naquele ato, como quem se joga de cara num
prato de comida, depois de dois dias sem comer. Era voraz, mas delicada ao
mesmo tempo. E externava um prazer incalculável naquela ação. Gemendo e
esfregando seu rosto com vontade no sexo dele. Solvendo seu cheiro, seu sabor,
dando linguadas longas por toda a extensão dele, que não parava de pulsar e
ferver na boca dela, duro como nunca só para sua tigresa, sua gorda. E ela não
parava; de baixo pra cima e alterando, sendo suave e firma ao mesmo tempo. Fazendo
movimentos circulares em volta da cabeça com a língua úmida e cálida, como se
não quisesse mais parar de dar-lhe prazer daquela forma e se deleitar naquele
tão delicioso instrumento de prazer. Mas ainda não havia feito o que mais gosta
de fazer, que é envolve-lo completamente dentro de sua boca, até sentir a
cabeça dele em sua garganta. E quando o fez, ouviu imediatamente um gemido
forte, que mais parecia um rugido que expressava delírio, e com essa melodia em
seus ouvidos, ela se excitava cada vez mais e mais. Sentindo todo o poder que
podia exercer sobre aquele homem. E com ele totalmente dentro de sua boca, ela
era dona dele, do seu instrumento de prazer mais animal e irracional. E sua
boca era o veículo que o prendia e o dominava. Ouvir os gemidos dele, a estimulava
cada vez mais, a tirava de orbita. Era uma fêmea animal se refestelando no seu
banquete particular de luxúria e gula. Sua boca estava quente, extremamente
úmida que fazia com que ele deslizasse perfeitamente acomodado naquele pequeno
forno ardente. E com movimentos de sobe e desce, cadenciado ele sentia delírio
e era inundado de ondas intensas de prazeres inenarráveis. Ele queria mais,
queria explodir em gozo, mas estava aproveitando cada movimento daquela boca
divina. E a medida que ele apertava seus cabelos, mas ela intensificava as
investidas, gemendo alto de tanto prazer que sentia com o que estava fazendo.
Ela imprimiu um ritmo mais rápido, gemendo em com olhos famintos cheios de
torpor. Ela queria sentir jorrando dentro de sua boca, cheia de anseio, o gosto
do seu homem. E ela o sentia cada vez mais quente, duro e pulsante, sentia que
estava próximo do êxtase total. Ela gemeu mais alto e afundou com força suas
unhas nas coxas dele, arrancando dele um urro, alto e profundo e com força
bruta ele apertou mais os cabelos dela. E em segundos o corpo dele tremia em
suas mãos. Ela conseguiu o que queria. Jatos quentes em sua boca gulosa, doida
para beber daquele líquido até a última gota, sem desperdiçar nada. Aquele gozo
era de um sabor totalmente diferente de tudo o que ela já experimentou. Era
inebriante, doce e salgado ao mesmo tempo, levemente ácido e picante ao mesmo
tempo, de consistência leitosa e suave ao mesmo tempo. Tudo ao mesmo tempo.
Ao passo que ele ia jorrando dentro da boca pequena dela,
ela sentia o pulsar dele e saboreando seu gosto Ela também pulsava e tremia de
tanto tesão. Sentindo-se cada vez mais molhada e deslizante, escorrendo seu
líquido por entre suas coxas fofas e unidas. Ela fez movimentos de pressão e
movimentos de contração, até explodir em gozo também. Até que ela sentiu aquele
mastro tão majestoso diminuir em sua boca, e o corpo dele amolecer, relaxando
cada músculo e ficar vulnerável. Naquele momento ele estava em outra dimensão,
em outro plano de existência, em algum lugar dentro dele, que ele mesmo nunca havia
pisado. Ele queria ficar um tempo ali, em contemplação, molemente e em êxtase,
apenas sentindo toda a intensidade do que ela havia lhe proporcionado. E no
meio aquela enchente de sensações imensuráveis, ele ainda ouvia em sua mente a
suave a voz dela dizendo: “quero engordar pra você!”
Mas ela ainda se deliciava com o sabor daquele leite
precioso em sua língua, boca. O engolindo aos poucos e fazendo descendo
lentamente por sua garganta, como se não pudesse desperdiçar nada daquele
néctar delicioso. De olhos fechados como se aquilo fosse o líquido mais sagrado,
divino e profano do mundo, ela se sentia preenchida, nutrida...
Ofegante, ela foi deitando ao seu lado com cuidado e apenas o
admirou. Contemplou todo o prazer desenhado no rosto dele. Prazeres por ele
nunca havia antes sentido, não daquela forma, dentro daquele contexto, de uma
mulher como ela, inigualável em todos os sentidos. Nunca havia sentido tanta
intensidade e de forma tão ímpar. Ela tinha o dom de lê-lo por dentro, e saber
cada momento do seu querer. E delicadamente como uma gatinha dengosa, deitou-se
ao lado dele, que a abraçou suavemente. E ela submissamente, deixou-se abraçar.
Mas aquele momento, aquele abraço singelo e despretensioso,
quase adolescente, representava mais, muito mais, do que parecia. Pois dentro
dos braços dele, havia um tesouro que ele esteve procurando a vida inteira, e
agora, o tesouro estava ali, bem ao lado dele e o pertencia. E pra ela, sentir
o conforto e segurança daqueles braços a envolvendo tão ternamente, de dedos
entrelaçados, lhe dava uma sensação que ia tão profundamente em seu íntimo e
trazia a tona toda sua essência de ser mulher. E aquele era seu par, seu dono,
seu macho alfa, capaz de doma-la e ser tão forte e grandioso quanto ela.
E com aqueles pensamentos tão profundos e sensações
magníficas percorrendo seus corações, mentes e sentidos, ambos adormeceram. Ou
não sei ao certo se apenas se tele transportaram pra outro universo através do
sono. ao passado ou presente não sei.
Mas o futuro era
único. O final de semana prolongado estava chegando ao fim e aquele encontro de
almas iria ter que terminar, quando ela voltasse pra sua cidade a 1200km de
distância. Mas tenho certeza que apenas ele, hora ou outra, assombrava-se com
essa realidade, pois ela, de intensa entrega a seus momentos presentes, sequer
parou pra medir nem calcular o que ainda não chegara. Talvez essa parte ela
faça questão de deixar a cargo do seu homem.
Mas a certeza de que aquilo não seria um mero encontro de
sexo casual pra concretizar um desejo e fetiche que começou pela internet,
ambos tinham. Só não sabiam exatamente aonde aquilo tudo iria os conduzir.
Talvez os melhores agentes pra resolver a questão fosse o tempo e “La Fortura”;
a sorte. O que o destino reservava a cada um daqueles dois que tão
tranquilamente e saciados dormiam lado a lado, ninguém arriscaria afirmar.
Dizem que quando queremos verdadeiramente algo e insistimos,
o universo conspira com os anjos e astros para que se realize nossa vontade. E
montanhas que pareciam intransponíveis se movem, mares raivosos e violentos se
acalmam, e rios mansos se agitam pra mover ao seu redor, tudo o que é preciso,
pra que o desejo de um coração obstinado e cheio de bravura, se realize através
de acontecimentos inesperados e impensáveis.
Bom, eu prefiro acreditar que nada disso é verdade. Que a
realidade é uma velha senhora emburrada de cabelos grisalhos, fria, calculista,
dura, e impiedosa. Mas talvez isso se dê ao fato de que eu seja um mero escritor
de estórias que nunca realmente vivi a magia dos sentimentos, descobertas de
almas afins que se completam tão perfeitamente como nossos dois protagonistas.
Talvez eu seja medíocre e simplório demais, ou quem sabe, medroso pra deixar a
vida nascer de fato de dentro de mim com toda sua fome e gula. Com todo seu
esplendor, como a roda da fortuna que traz o bom e o mau, mas afinal, viver é
isso mesmo. Ou não?
Já passavam das 14:00HS quando ela acordou. Ele continuava
dormindo e preferiu deixa-lo assim. Lara, levantou-se e foi preguiçosamente
tomar uma ducha. Mas embora seus passos estavam lentos, um turbilhão de
pensamentos passava em sua mente. E só naquele momento lembrou que tinha que
voltar pra casa. E em meio a um festival de contrastantes cenas e pensamentos,
ela sorriu, lembrando-se do chocolate que deu pra ele comer da boca dela. E
pensou: “ quero mais, muito mais dele ainda”.
E ao fundo, enquanto passava suas mãos ensaboadas pelo seu corpo, ao longe e baixo tocava a música Wicked Game. E ela sorriu mais ainda. Talvez fosse tarde evitar aquele jogo malvado. E fazer com que ele sonhe com ela, e a deseje. Que coisa malvada de se fazer! E ela lembrou quando se conheceram e ele dizia: " Eu nunca pensei que conheceria alguém como você! E eu não, não quero me envolver, não quero me apaixonar!" Mas talvez já fosse tarde demais pra voltar atrás, ou não?
E ao fundo, enquanto passava suas mãos ensaboadas pelo seu corpo, ao longe e baixo tocava a música Wicked Game. E ela sorriu mais ainda. Talvez fosse tarde evitar aquele jogo malvado. E fazer com que ele sonhe com ela, e a deseje. Que coisa malvada de se fazer! E ela lembrou quando se conheceram e ele dizia: " Eu nunca pensei que conheceria alguém como você! E eu não, não quero me envolver, não quero me apaixonar!" Mas talvez já fosse tarde demais pra voltar atrás, ou não?
Fim