Esse blog pra mim é um xodó. Não dá
pra ficar muito tempo sem passar por aqui. E vou falar sobre um assunto primeiramente por hoje que há tempos tenho refletido.
Vamos começar em se é válido assumir nossa identidade fetichista para as
pessoas.
Há um tempo atrás fui convidada para
participar de um programa de t.v para falar sobre o feederism e como era na
prática o fetiche na vida de um casal feeder e feedee. Por várias questões tive
que recusar o convite. E quem me fez o convite comentou que talvez nós não
estejamos prontos ainda pra sair do armário.
Mas primeiro, a recusa, além de outras causas que não cabe
aqui colocar, foi o temor de como realmente o assunto iria ser passado no final
das contas ao público. Segundo que como mostrar nossa identidade num meio
social que repudia obesidade e prega a magreza e boa forma por pura estética? Claro
que há toda uma questão de saúde pública, mas muitas vezes, muitas mesmo, isso
é a muleta do preconceituoso contra quem está acima do peso ou simplesmente é
gordo.
Ser gordo não é fácil. Gostar de se relacionar com obesos
também não é. Porque os amigos, os familiares irão cair de pau em cima de nós,
com comentários jocosos de todo jeito, repreensão e questionamentos mil. E por
trás os risos e piadinhas velhas e batidas que magoam no fundo. “cara, você tá
doido sair com aquela gorda? Tá na seca é?”. “ Amiga, mas o que o você viu
naquele paquiderme, tá louca”?
Se não é fácil pra feedee (pois claro,
ela é quem sofre maior pressão de todos os lados). Para o feeder ou
apreciadores de bbws também não é. E muitos de personalidade frágil, gostam,
amam obesas, mas preferem esconder isso, e sair com elas escondidos pra não
ter que enfrentar a gozação dos amigos.
Para assumir o que gostamos de ser;
gordos e queremos é mais. É ter que peitar as pessoas mais próximas de você. É ser bombardeado
de todas as formas para que você repense e para com essa insanidade. E daí vale
apelar pra tudo a fim de convencer; saúde, rejeição, feiura, alvo de gozações,
etc.
E o mais importante a destacar. Não
somos sozinhos no mundo. Temos filhos, família, trabalho e dependemos dele pra
viver. Como dar a cara publicamente num meio com tal mentalidade? Não estamos
falando de se declarar homossexual, mas praticante de um fetiche que o meio
abomina, há grupos anti-feederism e que ninguém aceita ou entende, nos vendo
como anormais e desequilibrados. E há quem se ache no direito de fazer campanha
contra, como se estivessem defendendo a saúde pública. Então não é uma questão
de não estarmos prontos para sair do armário. O mundo ainda é que não está pronto
pra nós.
Simples assim!
Porque a mentalidade das pessoas
ainda é treinada como um cão para pensar, achar e apreciar o que a maioria
determina. Somos criados e contaminados pela forma do meio social é que brutal,
desde o nosso nascimento.
As bbws e ssbbws quando passam na
rua, são motivos de olhares de espanto, comentários do tipo “meu Deus, como é
gorda”, “porque não emagrece”, “coitada”, “que ridícula”, “nossa é tão gorda
que não sei como consegue andar”.
Então quem é feedee tem que estar
ciente que isso ocorrerá. E para uma feedee que tem tesão e orgulho de cada
quilo que se esforçou em ganhar, isso não lhe atinge como uma bomba destruidora,
que detonaria com qualquer outra mulher do mundo. Pra nós, ser reconhecida como
gorda, enorme, imensa, é um orgulho, porque afinal é isso que queremos ser. A
única coisa que realmente me irrita e chateia é a pressão familiar. Que tenho
que contornar com diplomacia, mas do meio que me cerca, eu adoto o protocolo equino.
Conhecem né?!
Educo meus filhos a não ter nenhum
tipo de preconceito com pessoas de qualquer tamanho; baixo demais, magro
demais, gordo demais, estranho demais. Aceitar as pessoas como são em termos de
aparência é educar futuras gerações a serem menos preconceituosas e arrogantes
de achar que detém modelos de beleza que todos devem seguir. Porque estamos
falando somente de obesos, mas quem está magro demais, também está fora da
casinha. Quem é alto demais, baixo demais, branco demais. Tudo que está fora
dos padrões é considerado bizarro e motivos de chacotas e olhares compridos e
cotoveladas na rua. “olha aquilo ali”.... Geralmente define-se os “fora da
casinha”: como “aquilo”. E bem, tenho filhos e não gostaria que meus
filhos, ouvissem a mãe deles ser chamada de “aquela coisa”. E por isso educo
desde cedo pra que eles repudiem esse tipo de atitude e entendam que isso parte
de animais ignorantes que não merecem ser ouvidos e sim ignorados. E que nem
por um segundo, deixem ser atingidos por ignorantes escrotos como esses.
Como esperar dessas pessoas que aceitem que há pessoas que
amam engordar e amam um gordo imenso que quanto maior melhor e mais bonito?
Não precisamos
convencer ninguém, e nem trazer ninguém pro nosso mundo. Há em potencial
milhares de pessoas feedists por aí. Mas simplesmente se travam, se proíbem,
censuram e não admitem sequer sentir, ou pensar diferente. Porque afinal,
queremos, precisamos ser aceitos em nosso meio. Isso é o natural do ser humano.
E errado pensar e querer isso? Claro que não. Mas o contrário também não
deveria ser. Mas a realidade é que não é. Não se aceita o diferente.
Então quem sabe daqui ha décadas,
quando o meio estiver pronto pra respeitar e mais evoluído pra entender o
feederism, seus praticantes possam sair do armário de verdade. Porque querer
peitar o resto do mundo, é desgastante e temos muito mais o que fazer, delícias
nos esperando pra perder tempo com asnos com viseiras nos olhos que só olham
pra uma direção. Deixa o povo evoluir um cadim mais e a ponto de aceitar cada
um como é e gosta de ser!!
O mais importante do que sair pro
mundo levantando uma bandeira, é criar meios pra nós feedists nos encontrem, interagirmos,
trocar ideias, e criar laços de amizade. Isso sim é fundamental pra nós. E não
ficar a mercê de sites de relacionamento americano, pois lá é outro mundo,
outra mentalidade, e cá entre nós... pra quem não fala inglês, ter que
conversar usando o tradutor é um pé no saco! Quero é brasileiros, intensos e
que falem a mesma língua que a minha!
Frase da Vênus: "Então não é uma questão de não estarmos prontos para sair do armário. O mundo ainda é que não está pronto pra nós."
Simples assim!
Bjo da Vênus!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário