quinta-feira, 26 de junho de 2014

Saindo do armário


Boa noite Feedists!

Esse blog pra mim é um xodó. Não dá pra ficar muito tempo sem passar por aqui. E vou falar sobre um assunto primeiramente por hoje que há tempos tenho refletido.

Vamos começar em se é válido assumir nossa identidade fetichista para as pessoas.

Há um tempo atrás fui convidada para participar de um programa de t.v para falar sobre o feederism e como era na prática o fetiche na vida de um casal feeder e feedee. Por várias questões tive que recusar o convite. E quem me fez o convite comentou que talvez nós não estejamos prontos ainda pra sair do armário.

Mas primeiro, a recusa, além de outras causas que não cabe aqui colocar, foi o temor de como realmente o assunto iria ser passado no final das contas ao público. Segundo que como mostrar nossa identidade num meio social que repudia obesidade e prega a magreza e boa forma por pura estética? Claro que há toda uma questão de saúde pública, mas muitas vezes, muitas mesmo, isso é a muleta do preconceituoso contra quem está acima do peso ou simplesmente é gordo.

Ser gordo não é fácil. Gostar de se relacionar com obesos também não é. Porque os amigos, os familiares irão cair de pau em cima de nós, com comentários jocosos de todo jeito, repreensão e questionamentos mil. E por trás os risos e piadinhas velhas e batidas que magoam no fundo. “cara, você tá doido sair com aquela gorda? Tá na seca é?”. “ Amiga, mas o que o você viu naquele paquiderme, tá louca”?

Se não é fácil pra feedee (pois claro, ela é quem sofre maior pressão de todos os lados). Para o feeder ou apreciadores de bbws também não é. E muitos de personalidade frágil, gostam, amam obesas, mas preferem esconder isso, e sair com elas escondidos pra não ter que enfrentar a gozação dos amigos.

Para assumir o que gostamos de ser; gordos e queremos é mais. É ter que peitar as pessoas mais próximas de você. É ser bombardeado de todas as formas para que você repense e para com essa insanidade. E daí vale apelar pra tudo a fim de convencer; saúde, rejeição, feiura, alvo de gozações, etc.

E o mais importante a destacar. Não somos sozinhos no mundo. Temos filhos, família, trabalho e dependemos dele pra viver. Como dar a cara publicamente num meio com tal mentalidade? Não estamos falando de se declarar homossexual, mas praticante de um fetiche que o meio abomina, há grupos anti-feederism e que ninguém aceita ou entende, nos vendo como anormais e desequilibrados. E há quem se ache no direito de fazer campanha contra, como se estivessem defendendo a saúde pública. Então não é uma questão de não estarmos prontos para sair do armário. O mundo ainda é que não está pronto pra nós.

Simples assim!

Porque a mentalidade das pessoas ainda é treinada como um cão para pensar, achar e apreciar o que a maioria determina. Somos criados e contaminados pela forma do meio social é que brutal, desde o nosso nascimento.

As bbws e ssbbws quando passam na rua, são motivos de olhares de espanto, comentários do tipo “meu Deus, como é gorda”, “porque não emagrece”, “coitada”, “que ridícula”, “nossa é tão gorda que não sei como consegue andar”.

Então quem é feedee tem que estar ciente que isso ocorrerá. E para uma feedee que tem tesão e orgulho de cada quilo que se esforçou em ganhar, isso não lhe atinge como uma bomba destruidora, que detonaria com qualquer outra mulher do mundo. Pra nós, ser reconhecida como gorda, enorme, imensa, é um orgulho, porque afinal é isso que queremos ser. A única coisa que realmente me irrita e chateia é a pressão familiar. Que tenho que contornar com diplomacia, mas do meio que me cerca, eu adoto o protocolo equino. Conhecem né?!

Educo meus filhos a não ter nenhum tipo de preconceito com pessoas de qualquer tamanho; baixo demais, magro demais, gordo demais, estranho demais. Aceitar as pessoas como são em termos de aparência é educar futuras gerações a serem menos preconceituosas e arrogantes de achar que detém modelos de beleza que todos devem seguir. Porque estamos falando somente de obesos, mas quem está magro demais, também está fora da casinha. Quem é alto demais, baixo demais, branco demais. Tudo que está fora dos padrões é considerado bizarro e motivos de chacotas e olhares compridos e cotoveladas na rua. “olha aquilo ali”.... Geralmente define-se os “fora da casinha”: como “aquilo”.   E bem, tenho filhos e não gostaria que meus filhos, ouvissem a mãe deles ser chamada de “aquela coisa”. E por isso educo desde cedo pra que eles repudiem esse tipo de atitude e entendam que isso parte de animais ignorantes que não merecem ser ouvidos e sim ignorados. E que nem por um segundo, deixem ser atingidos por ignorantes escrotos como esses.  

Como esperar dessas pessoas que aceitem que há pessoas que amam engordar e amam um gordo imenso que quanto maior melhor e mais bonito?

 Não precisamos convencer ninguém, e nem trazer ninguém pro nosso mundo. Há em potencial milhares de pessoas feedists por aí. Mas simplesmente se travam, se proíbem, censuram e não admitem sequer sentir, ou pensar diferente. Porque afinal, queremos, precisamos ser aceitos em nosso meio. Isso é o natural do ser humano. E errado pensar e querer isso? Claro que não. Mas o contrário também não deveria ser. Mas a realidade é que não é. Não se aceita o diferente.

Então quem sabe daqui ha décadas, quando o meio estiver pronto pra respeitar e mais evoluído pra entender o feederism, seus praticantes possam sair do armário de verdade. Porque querer peitar o resto do mundo, é desgastante e temos muito mais o que fazer, delícias nos esperando pra perder tempo com asnos com viseiras nos olhos que só olham pra uma direção. Deixa o povo evoluir um cadim mais e a ponto de aceitar cada um como é e gosta de ser!!

O mais importante do que sair pro mundo levantando uma bandeira, é criar meios pra nós feedists nos encontrem, interagirmos, trocar ideias, e criar laços de amizade. Isso sim é fundamental pra nós. E não ficar a mercê de sites de relacionamento americano, pois lá é outro mundo, outra mentalidade, e cá entre nós... pra quem não fala inglês, ter que conversar usando o tradutor é um pé no saco! Quero é brasileiros, intensos e que falem a mesma língua que a minha!


Frase da Vênus: "Então não é uma questão de não estarmos prontos para sair do armário. O mundo ainda é que não está pronto pra nós."

Simples assim!

Bjo da Vênus!!
  


  


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