Bom dia ao mundo Feedist!
Abro esse blog para a publicação de um artigo escrito por um de nossos seguidores que já participou aqui de uma entrevista!
Senhor Moraes...
"O mundo feedist gera muitos conflitos internos, já que
mexemos com a estética diferente da nacional e comum, somos bombardeados por
mulheres de quadril largo e cintura fina e homens sarados com o abdômen
tanquinho, definidos e cheio de curvas naquilo que é considerado “no lugar
certo” pela televisão, pelas revistas, mídias e etc. Isso representa a
sensualidade, a beleza e algumas vezes o poder.
Mas aquilo que é definido pela
maioria talvez não seja algo tão belo para nós ou que nos atraiam tanto, sobre
nossa ótica está a beleza de ganhar peso, estufar ou compartilhar isso com
algum parceiro ou parceira e essa é a parte complexa.
Como já disse antes, trabalho com a estética que considero
padrão para a maior parte das pessoas, isso gerava em mim um terrível conflito,
onde por um lado meu lado pessoal queria estufar as mulheres e pelo outro eu
necessitava que elas se transformasse em
deusas do que é tido como belo pela sociedade, ambos lados fazem parte
de mim esse foi o primeiro passo para diminuir meu conflito, sou os dois e não
um ou outro, o duro de ser adepto desse fetiche é que em todos lugares existe
comida, isso atiça a fantasia e o fetiche, talvez seja uma questão de
interpretação sobre como as coisas interagem e como nos as olhamos.
Por muito tempo esse conflito interno versus mundo externo,
me deixava confuso, triste e ás vezes magoado comigo mesmo, me perguntava por
que eu gostava disso? Por que não consigo lidar direito com isso? – até hoje
não consigo – Por que não pode ser mais fácil? Por que não encontro mais pessoas
na minha região que gostam disso? Tantas questões, tantas brechas e nisso minha
vida ia indo pelo ralo, essa parte do meu ser eu não conseguia satisfazer e
transformá-la em algo real, em algo palpável, esse foi o momento que sentia-me
flagelado pelas meu fetiche, era uma dor horrível, não ser compreendido sobre
algo é sempre doloroso, não precisa ser nisso, sobre qualquer coisa, comecei a
parar e refletir sobre esse impulso, sobre essas dúvidas, magoas, olhei para
mim mesmo e não gostei do que vi, o problema não é o fetiche mas é o que faço
dele, é parecido com uma desintoxicação, as coisas estão todas lá fora mas você
muda seus valores sobre elas.
No meu mundo perfeito, existiriam varias mulheres que
gostavam de estufar e eu poderia estufa-las a vontade sem ser julgado, no mundo
real TUDO É JULGADO, independente do que fez, faça ou venha a fazer, seja por
você mesmo ou pelo outros, nosso conflitos talvez possam vir disso, entre o
mundo do julgamento e o mundo das atitudes, os impulsos só foram melhorar quando
comecei a notar que os valores que eu colocava nesse fetiche era mais alto do
que eu colocava em outras coisas que poderiam vir a ser mais importante na
minha vida, eu escolhi as prioridades que achava muito importante, mas não eram
tanto assim, é logico que realizar um fetiche é algo importante na nossa vida,
como disse antes isso é algo que faz parte de nós, no intimo da gente, isso tem
prioridade mas não tão alta em relação a outras coisas, em razão do fácil
acesso aos gatilhos mentais do fetiche é fácil entrar em parafuso ou
enlouquecer ao ver o potencial de algumas pessoas que desconhecem esse mundo.
Reflita, pare e
pense, de um passo para trás, analise a sua vida como um todo, se controle, não
se desespere, são coisas simples que fazemos para tudo na vida mas não usamos
essas ferramentas para isso, esse é o nosso mal, não é que as pessoas possam
nos julgar mas sim nos não sabemos como nos expressa direito, por que não
conseguimos entender como isso pode afetar nossa vida, nosso cotidiano, nossa
relação interpessoal, reflexões são coisas dolorosas e levam tempo para a
maturidade chegar, coisas que não conseguimos ver pelo impulso selvagem, talvez
seja visto se pararmos e pensarmos, conversar com pessoas do nosso circulo
intimo com maturidade e não como selvagem, ajuda a mudar a forma como os outros
nos veem e como nos encaramos o fetiche.
Trabalhei em um lugar aonde havia uma moça homossexual, um
dia ela comentou comigo sobre a sexualidade dela, dizendo o quão difícil era
para ela ser assim, ninguém a entendia, por isso ela só falava para poucas
pessoas isso, essa foi minha deixa para falar sobre o meu fetiche também, eu
não estava em posição de julgar ninguém, já que também não tinha compreensão da
sociedade, nunca usei termos como “bizarros” ou depreciativos quando falava
sobre o nosso mundo, sempre disse que era algo “exótico”, isso fez com que a
minha relação de amizade com ela se transforma-se em algo mais honesto e
respeitoso.
Espero que com esse texto as pessoas possam se encontrar um
pouco mais, se auto conhecerem melhor, a cima de tudo, amadurecer seu fetiche
nesse mundo louco que nos cercam, o mundo não vai mudar, mas nos podemos mudar
sem perder a essência do que somos e sem se desesperar. "