quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

FA (Fat Admirer)/ Encouragers (Incentivadores)


Boa noite Feedists!

Venho trazendo o assunto que ainda não foi abordado no blog com muito destaque. E tendo em vista que há opiniões divergentes sobre os FA’S, acho que merecem por isso, uma atenção maior sobre o conceito básico aos novatos no Feedism, que ficam meio perdidos com nossas “siglas”. Mas quero ir além e lançar a reflexão do que separa um FA de um Feeder, e se o FA faz parte dos personagens feedists por excelência. Vamos colocando ideias pra que nós possamos refletir e entender os FA’S dentro do Feedism e fora dele também.

Quem ou o que são FA’S?

São, primeiramente, entendidos como qualquer homem ou mulher que sinta atração e tenha seu  desejo sexual despertado por pessoas corpulentas, grandes, gordas e pesadas. O tamanho pode ser variável de gordas e muito obesas. Um FA pode se relacionar com pessoas ditas; “dentro dos padrões de corpo”, mas não é sua preferencia.
Muitos enfrentam a dificuldade de assumir sua atração e preferencia por mulheres e homens considerados gordos, que é motivo de reprovação e piadas dos amigos e familiares. Os que gostam dos pesos pesados, sofrem com as críticas e muitos vezes repúdio dentro do seu próprio ciclo social. Não esquecemos que tanto o obeso sofre preconceito, como quem tem este biótipo corporal como referencia de beleza e desejo.

Porém particularmente meu conceito de FA, vai além do mais usual.

Acredito que uma pessoa que aprecie a beleza de um corpo gordo, sem o desejo e impulso sexual, pode também ser considerada FA. Uma vez que ela é um admirador da beleza gorda, traduzindo Fat Admirer. Portanto, sou uma FA no sentido que acho bonito corpos de mulheres grandes e de vários tamanhos e formas. Porém não sinto o estímulo da atração sexual por isso. Apenas admiro a beleza.  
Então dentro dessa ótica, praticamente todo Feedist (ou Feederista) é um FA. Difícil achar um que não apreciasse a beleza de um homem ou mulher grande, pesada e cheia de curvas, seja de uma forma sexual ou apenas apreciadora.
Mas o FA é um personagem Feedist? Alguns acham que sim outros não.

Se pararmos pra analisar, existem FA’S em qualquer ambiente, espalhados dentro da sociedade, pois embora tenhamos um modelo padrão de beleza, é inegável que há grande número, principalmente de homens, que buscam parceiras gordas como modelo ideal de beleza. Isso é um fato que não dá pra negar. Mas mesmo assim, aviso pras gordinhas e gorduchas que não esperem ir pra balada noturna e achar FA’S pra escolher.

Então o FA é uma pessoa que gosta de gordinhas (o) ou gordonas (o), ok! Mas essa característica não faz de ninguém ser um feedist. Portanto, fica claro que o FA não é um personagem Feedist, mas em contra partida, fica obvio também que a maioria dos Feedist são FA’S. O que dentro dessa conclusão, coloca o FA como uma característica presente no conjunto que compõe nossos personagens, mas não o torna um deles.

Modelos BBW e SSBBW são alvos do público feedist, justamente pela característica de apreciarmos corpos assim, mas Feedism não é um fã clube de gordas e gordonas (o). Como sempre falei, não basta gostar das gordas pra ser um Feedist, como amar comer e ser guloso também não.

O que difere então um FA de um Feeder?

Talvez a mesma razão que difere uma gulosa comilona de uma feedee.

Todo Feeder é um FA por excelência, não existindo Feeder que não seja FA. Mas nem todo FA é um Feeder. E muitos FA’S se ligam ao Feedism, pela busca de material sobre mulheres pesadas, e acabam esbarrando no Feedism e entrando pra ver o que é. Muitos acabam se descobrindo Feeders, e outros não. Nosso universo tem muita ligação com tais modelos, mas é bom colocar que nem todas elas são de fato, Feedist, embora “posem” para o nosso público e FA’S de um modo mais amplo.

A diferença por assim dizer, de um pra outro, está na natureza íntima que todo feeder tem de desejar alimentar, prover o alimento a sua parceira para que essa engorde.

Mas aí você pode dizer: “Mas eu conheci um FA que queria que sua parceira engordasse! Ok! Eu também já conheci.

Mas onde está o instinto de ser o veículo a promover isso através da alimentação? Num FA não existe isso. Ele pode até desejar e encorajar sua parceira que engorde mais um pouco, mas a fantasia e desejo de alimenta-la e com isso engorda-la literalmente não há. Um quer ser o veículo que leva sua parceira pra um ganho de peso, e isso não é pra atingir X de peso e ficar bom. É um estilo de vida que ele aprende com o tempo a conciliar esses desejos com os limites do próprio corpo da (o) parceira (o). Esse desejo de ver mais banha, mais peso, sempre existirá como um instinto, mesmo que entre o casal, já tenha se atingido o limite de onde um pode ir. Porém sempre se pode emagrecer um pouco pra engordar de novo e ceder nossos instintos e desejos. Já um FA, não tem nada disso! Podemos dizer que um Feeder sempre desejará alimentar sua parceira e imagina-la engordando por isso, e pra ele é um orgulho saber que foi ele quem a engordou e a deixou mais linda e grande.

Mas o prazer de alimentar e o erotismo que há nisso já compõe o instinto Feeder mesmo que naquele momento não se possa engordar em grandes escalas, mas ele não deixa o desejo de alimenta-la na intimidade do casal. Havendo portanto uma relação ímpar com a comida e alimentação na vida da dupla. O que não há a presença desse fator nos FA’S e na relação com sua (o) parceira. Quando muito, se colocam como encorajadores para uma engorda, mas não como alimentadores. Aí reside toda a diferença.

Por que há então tanta confusão no meio Feedist, de FA’S achando que são Feeders?

Fracamente não sei ao certo. Posso apontar possibilidades. Como por exemplo, muitos jovens que adoram uma gorducha e quando acham as gordinhas, querem que elas engordem mais e fiquem imensas. E se colocam como encorajadores. E acham que isso é ser Feeder. Mas o fator instintivo da alimentação não se estabelece, ou ele é sugestionado por fazer parte de um personagem que ele acredita ser, mas de forma difusa e não plena, pois não é parte de sua natureza instintiva.

Acredito que a descoberta de si mesmo, deve ser feita de forma isenta, e sem o “querer ser”, mas sim, dentro do auto conhecimento e análise de si mesmo e o meio no qual você se inseriu. O meio é sempre um veículo sugestionador. Mas devemos buscar o máximo não ser sugestionado por ele, e não seguir um comportamento X, pois dentro daquele meio é desejado ou valorizado. Assim temos mais chances de deixar nossa real natureza aflorar aos poucos legitimamente e não adotar comportamentos que na íntegra, não faz parte de nosso interior, mas algo incutido pelo meio externo.

Cada um é o que é, e o que somos, por mais que tentemos, não conseguimos deixar de ser. E ter essa clareza exata do que nos predomina, faz com que cada um de nós seja “bem resolvido” com a alma feedist que existe dentro de nós.

Sendo assim, encerro este texto “Caetaneando”...

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.  





 Bjo da Vênus!



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Mundo Feedee Da Vênus V (Momento Insônia)


Boa Noite Meus Doces Feedists!

A insônia ajuda uma criatura como eu a ganhar mais peso, pois se não temos sono, temos fome. E se temos fome, vamos comer!

No momento saboreando um bolo indiano. O que? Nunca ouviram falar? Nem eu. Mas comprei mais cedo na padaria, achei o nome curioso e a cara atraia. Fui e comprei. Descobri que ele é delicioso. A massa é feita com canela e o recheio é de doce de leite! Ummmmm Muito bom!

Eu poderia oferecer um pedaço pra vocês, mas não divido comida, e nem homem! E lembrei-me de uma música que diz assim: “por tanto amor, por tanta paixão, a vida me fez assim...” Sim, sou egoísta e escondo comida pra não ter que dividir com ninguém  ahahahaha Sou daquelas que come todos os chocolates na rua antes de chegar em casa, só pra ninguém me pedir um pedaço.

E ao final desse bolo maravilhoso que quero comprar mais assim que possível, quero falar algo que senti esses dias sobre Feederism.

Como todos sabem, sou uma feedee, e,  está nos registros desse blog, como me tornei uma. Uma forma genuína e maravilhosa dentro do que hoje posso avaliar com uma amplidão analítica. Porém mesmo com certos questionamentos que talvez sigam comigo até o fim, tenho orgulho no final das contas da forma e ao que fui desperta.
E é exatamente disso que quero falar. Talvez um relato, quem sabe!

O que o Feederism fez comigo!

Longe de ser alguém sem auto estima, mas antes do Feederism, eu não tinha a conexão com meu corpo da forma singular como  tenho hoje. Não falo de gostar do corpo, falo de conexão com seu próprio corpo. Também não falo de obter prazer e conhece-lo através da auto satisfação ou masturbação, como queiram. Falo de algo maior, de algo mais sutil e ao mesmo tempo muito mais profundo do que uma masturbação.  

Falo de sentir seu corpo através do olhar e do toque despretensioso e deixar emergir de dentro de você o prazer por simplesmente ter exatamente o corpo que tem. Sentir a textura da sua pele, a maciez dela, sentir o deslizar de sua mão nos contornos do seu corpo e nas curvas que ele faz. Sentir através do toque o prazer e conforto de uma textura fofa.

Quando eu passei a sentir isso, a fechar meus olhos e me deixar ser levada sentindo de fato meu corpo, eu me conectei a ele de uma forma impar. Isso unido ao observar as proporções maiores, e gostar do que via, e imaginar que ficaria melhor se aqui ou ali ganhasse mais volume, foi me despertando para ser a feedee que sou hoje, (alguns podem entender como gainer, mas prefiro apenas feedee) E essa jornada só acontece sozinha. Ela pode ser conduzida por um parceiro, mas somente você é capaz de sentir. E esse sentir é de dentro pra fora, só pode partir de você mesma.  E a partir dai, esse prazer e alegria com meu próprio corpo só cresceu e nunca mais foi embora.

Eu poderia dizer que o Feederism me libertou, mas não estaria sendo totalmente justa. Embora ele tenha muito a ver com liberdade. O que ele me concedeu foi algo muito mais sublime que foi a intimidade plena e absoluta com meu próprio corpo, não meramente como algo sexual, mas uma fonte de prazer e satisfação infinita que sinto todas as vezes que vou tomar banho e sinto cada curva e textura fofa dele, através das minhas mãos deslizando com o sabonete. Todas as vezes que passo óleo em minha barriga redonda e macia. É uma sensação indescritível que gostaria que todas as mulheres realmente conseguissem ter essa conexão profunda de amor e prazer com seu próprio corpo.  E nem falo que ela deve ter x peso, ou ser assim ou assado pra que isso se estabeleça. Não importa se você está com noventa ou cento e cinquenta quilos. Se descobrir dessa forma não está muito ligado a quanto você pesa, mas a como você pode se entregar ao seu corpo, sem a influência das ideias incutidas em sua cabeça, sem os bloqueios que muitas vezes se tem.

Quantas vezes você se permitiu olhar de verdade pro seu corpo sem pensar em nada, sem critica-lo, apenas observando? Quantas vezes você se abraçou durante o banho, dançou sozinha em homenagem ao seu corpo lindo, ao se ensaboar toda e se sentiu muito sensual e sexy por isso? Sentindo sua barriga, seus seios grandes, as dobras e gordurinhas de seu culote, livre das vozes queixosas e contaminadas pelo vício do padrão estipulado pela maioria?

Olha, eu faço isso quase todos os dias, e me sinto maravilhada! Acho que você deveria experimentar! Faça um teste pelo menos. Fechar os olhos e deixar ir fundo nessa viagem ao seu próprio corpo. Permitir-se experimentar esse prazer tátil, aguçar seus sentidos, seu lado totalmente sensorial.

Muitas mulheres e homens querem ser sensuais e sedutores, e acham que comprando a melhor roupa da moda, a maquiagem certa, o perfume importado da Christian Dior, vai deixa-los sensuais  e atrativos. Mas não é essa a verdadeira sensualidade. Essa vem de dentro e ninguém pode comprar numa boutique. E a sensualidade começa quando você estabelece a paixão pelo seu próprio corpo, tem uma conexão com ele e não acha, sabe que ele é um templo de prazer e sensualidade.  

Bom, o Feederism me deu isso, mas não digo que somente através dele isso pode acontecer. Existem vários caminhos pra nos conduzir a obter satisfação pessoal com o que somos sem restrições externas. O meu foi este. E como o blog é sobre Feederism. A partir dessa ligação, sentir prazer erótico com meu próprio corpo foi uma consequência. Sentir prazer em vê-lo sendo modelado pra formas maiores e grandes, foi outra.  E quanto mais ele cresce, mais fica fofo, mais tenho prazer e alegria em vê-lo assim e penso: “ah só mais um pouquinho de gordura aqui e ali”.

Se você tem prazer com seu corpo magro? Legal! Se o seu prazer é colocar silicone ou ter um bundão duro e sarado, particularmente também acho lindo! Mas o meu prazer e contemplação é ser gorda e poder ter a liberdade de modela-lo da forma e do tamanho que eu bem entender! E não entendo como isso pode ser tão difícil ao entendimento alheio. Como aceitar A e não aceitar B? Programação mental? Admirável chip novo? Abdução extra terrestre em massa pra implante mental? Ah, quem vai saber?!

A única coisa que eu sei é o que me dá prazer, me faz mais feliz e plena comigo mesmo. O resto, como já disse uma vez, a gente come no café da manhã. Quando paramos de viver pelos outros e pra ostentar a quem pouco se importa com você, já que a quer como um gado de rebanho doutrinado a ir sempre pelos mesmos caminhos todos os dias,  aprendemos a ser quem somos de verdade, a deixar fluir quem realmente você é.

E eu sou uma feedee que ama me entregar aos prazeres da boa comida, sem censuras alheias, apenas as minhas quando eu acho que basta. Que ama receber todo esse prazer da comida, através das mãos de um alimentador com carinho, erotismo e sensualidade que nos cabe, e que ama modelar seu corpo, tornando-o mais volumoso, grande e expandido por isso.


O que? Não entendeu nada? Ok! Vamos desenhar! 



Bjo da Vênus! 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Gainers – O desejo de crescer


Saudações Feedists!



Há muito tempo atrás, em matérias não tão distantes, falei que iria escrever sobre Gainers. Fiz uma matéria inclusive, porém não a publiquei, pois não estava satisfeita. Então hoje resolvi reescrever sobre esse assunto que pra mim, não é tão fácil de desenvolver.

Não é fácil primeiro de forma pessoal, pois muitos me chamam de Gainer. E todos sabem que não gosto de me classificar como tal. Embora admita que não deixe de ser.

Há opiniões divergentes de que Gainers não são personagens por excelência de nosso fetiche/estilo de vida.  Enquanto outros acham que sim. Então vamos trabalhar dentro de dois conceitos básicos que existem.

1 – Gainer é um termo genérico usado nos Estados Unidos para referir-se todo aquele que está “ganhando” seja massa muscular ou gordura. Tanto é que quando colocamos nas buscas do Google a palavra Gainer vai aparecer assuntos relacionados aos Bodybuilding (fisiculturistas). E se apegando nisso, alguns acham que Gainer é apenas uma expressão usada em nosso universo feedism, e não um personagem por si só. Dentro dessa ótica, qualquer Feedist, portanto, que esteja ganhando peso, podemos chama-lo de Gainer. Nesse caso, eu seria uma Gainer.
Mas as coisas não são tão simples assim ao meu modo de ver. Há muito mais a ser explorado aí.  Acredito que primeiro não precisamos nos atrelar ao conceito traduzido americano. Já somos atrelados aos vocábulos em língua inglesa, mas não somos obrigados a entender nosso mundo sob a ótica deles. Até porque vivemos culturas muito diferentes.

2 - Conforme fui analisando mais a fundo sobre o tema, fui analisando as pessoas, conversando e observando, entendi que há uma diferença que cria um tipo de “personagem”, digamos assim que difere do outro que também ganha peso e come pra engordar; o (a) Feedee.

O Gainer talvez seja um dos personagens mais difíceis de achar dentre todos do feedism no Brasil e em todo o mundo. E muitos que o são, simplesmente bloqueiam seus desejos ou adoecem de distúrbios ligados a alimentação como a anorexia e bulimia.

Refiro-me as pessoas que tem o desejo nato despertado ou não por um gatilho de engordar e ver seu corpo mudando e tomando novas formas. Esse desejo precisa ser desprendido de interesses materiais, como muitos que entram nesse nosso mundo e engordam  por “profissão” ou outras causas externas. Mas o gainer legítimo não precisa de causas externas para ter seu desejo, muitas vezes, manifestado muito jovem, de engordar. Esse desejo não está ligado a um alimentador, não há a fantasia erótica de ser alimentado, mas de engordar. Os gatilhos podem ser em ver uma pessoa obesa e desejar ter o corpo assim, ou um instinto nato que surge desde a infância de ter um corpo volumoso. Muitas crianças que tem esse desejo, fazem padding (que é a brincadeira de colocar enchimentos sob a roupa pra parecer maior e inflado). A criança não entende porque faz aquilo, mas é algo instintivo de faze-lo e se admirar no espelho. (Eu fazia padding com bexigas de gás; nos seios e barriga).
Mas esse ganho de peso, pode ser ou não atrelado a uma satisfação erótica e sexual, do prazer erótico de sentir seu corpo aumentando de peso, sendo apertado em roupas e ouvir os comentários: “nossa! você engordou”! Ou subir na balança e ver os ponteiros subirem. A alegria e satisfação íntima é certa, mas essa satisfação nem sempre é uma estimulação sexual. Vejo como a satisfação muito próxima dos bodybuildings. Convivi muito com eles e via uma alegria e satisfação com os resultados do trabalho muito grande. Muitos inclusive eram narcisistas e observava uma constante relação entre eles e o espelho. Eu praticava de segunda a sexta e pra mim era sempre um desafio poder aguentar mais peso possível. Mas era sempre chamava a atenção com a postura. E certa vez um professor falou pra mim. “Você quer render mais e corrigir sua postura? Faço todos os movimentos como se estivesse sendo observada por uma plateia que te avalia. Pense que a todo o momento tem alguém te admirando e olhando pra você”. Eu era muito focada em superação de força, mas com isso passei a me focar em exibicionismo, e corrigi minha postura dentro dos exercícios.  Embora eu nunca quisesse ser  bodybulding. Mas a ideia de você ser observada, vista enquanto mexe com seu corpo, desperta nossa vaidade e ego de querer estar e fazer o melhor.    

Os gainers também possuem esse aspecto narcisista de se admirar no espelho, tirar fotos pra exibir ao público ou pra sua satisfação pessoal, em comparar o antes e depois. E ver seu progresso. Isso causa alegria e empolgação. Na maioria em alguns momentos pode ocorrer uma estimulação da libido por isso, mas não é via de regra. Nem todos possuem essa característica. Não saberia afirmar ao certo se todos tem a parte fetichista (a da estimulação sexual com seu objeto de desejo que no caso aqui, é a engorda). Mas é certo que todos têm a engorda como estilo de vida, pois assim como os fisiculturistas direcionam seu modo de vida para o ganho de massa muscular e modelagem do corpo, os Gainers assumidos também.

Mas o que é um Gainer assumido?

É aquela pessoa que já passou da fase da descoberta íntima que não sobre Feedism. Já sabe o que deseja pra si, o que lhe faz mais alegre. Porém saber disso e viver isso, é um salto muito grande. Aos Gainers talvez esteja reservada a parte mais complexa e cheia de conflitos de todos os personagens do Feedism. Primeiro que é ele quem tem que enfrentar muitas barreiras sociais e familiares pra poder dar vazão aos seus desejos. Muitos que são despertos na infância não tem maturidade pra entender e engordam. Se vivem dentro de uma família repressora com relação ao ganho de peso, irá ser obrigado a emagrecer, mas não sem antes ouvir uma série de explicações e sugestões muito negativas com relação a pessoas gordas. E nesse momento é criado um estereótipo de que gordo é feio, é rejeitado, que ninguém quer, é doente, e mal visto, passa vergonha, e outras séries de conceitos que já sabemos. Isso pra uma criança tem um peso muito grande, principalmente se ela for sensível. Ela não entende porque tem que se privar do que lhe dá prazer e lhe faz feliz. Mas acaba cedendo à pressão e tenta a todo custo controlar a vontade de comer pra engordar. Daí pra frente se desenvolve a culpa e a autopunição psicológica e em casos mais graves; físicos, em muitos casos por qualquer episódio onde houver um fracasso de sua parte e ela cedeu a gula. A pessoa come com culpa e dentro desse quadro, desenvolver uma bulimia e mesmo anorexia é muito fácil.

Acredito que estamos agindo contra a nossa natureza desperta e instintiva. E quando fazemos isso, consequências sempre negativas ocorrem.

Então quem é Gainer tem que vencer essas barreiras e procurar uma forma não destrutiva e equilibrada de ceder a sua personalidade, conciliando bem estar, equilíbrio psicológico e seu próprio instinto de engordar.

Primeiro deve se estabelecer a aceitação do que a pessoa é e sente. Depois vem um passo muito complicado que é decidir engordar propositalmente. Isso não é fácil, tendo em vista nossa programação mental social. Mesmo admitindo o que é, engordar dentro da nossa sociedade magra, sabendo que haverá muitas barreiras de aceitação pela frente, não é fácil.

E mais, existe outro ponto chave aí, como engordar e até onde? Muitas pessoas que viveram uma opressão, quando se sentem livres mentalmente acabam num rompante alucinado de engordar e comer desesperadamente. Isso não é positivo também. Tudo que é feito sem planejamento e maturidade de forma totalmente descontrolada acaba gerando consequências ruins. É como se tirássemos as paredes de uma represa e a água do rio acaba livre, mas vindo com tanta força provocando muitas vezes destruição pelo caminho.

Assumir pra si o que é, já é um passo, e depois decidir se vai querer engordar. Como será isso e até onde pretende ir, são consequências de quem leva tudo isso a sério conseguiu uma harmonia positiva consigo mesmo e seus desejos incomuns mediante ao meio social.

Os Gainers quando assumem o que são, não sentem necessidade de ter um feeder e ser alimentados, como falei, não faz parte de seus desejos, mas unicamente a mudança do corpo através da engorda. O que o coloca de forma decisiva definitivamente diferente de uma feedee. Outro personagem que tem que encarar muito conflitos e igualmente raras de se achar no Feedism.

A (o) Feedee tem o desejo de engordar, mas esse desejo não é o cerne total do seu prazer. Ela precisa do feeder. Ela fantasia com o feeder, de forma inconsciente uma vez que sua identidade é desperta, coisa que não ocorre com os Gainers. O despertar de uma feedee começa com o prazer peculiar intenso com a comida. Ela realmente “sente” a comida, sente um prazer diferente das outras pessoas, ou sente um prazer diferente do que não sentia antes, uma vez que foi desperta sua “alma feedee”. Isso gera a vontade erótica de ser alimentada pelo sexo que lhe é atrativo. Mesmo que não tenha tido contato com o feedism, nem saiba o que é um feeder. Instintivamente ela vai desejar ser servida de comida num banquete de prazer e erotismo. Da mesma forma que o Gainer sente em imaginar seu corpo grande e de formas arredondadas e curvas. (embora como dito, nem todo gainer tem nesse imaginar o prazer erótico acompanhando, mesmo que a maioria o tenha).  

Isso cria por si só, dois tipos diferentes de personagens, onde a dinâmica é parecida, mas não igual.

Alguns alegam que essa diferença pertence a própria natureza feedee. Mas eu discordo. Justamente por uma questão muito importante. O Gainer não sente necessidade de um alimentador, por não fazer parte de sua fantasia primaz. Já para uma (o) feedee sim. Pois sua fantasia está atrelada a ser servida e alimentada por alguém. Da mesma forma que um feeder só o é completamente junto de uma feedee, a feedee só o é, com um feeder. É uma dupla praticamente inseparável, onde um completa o fetiche do outro de forma concreta. Pois dentro da fantasia, e da natureza ambos são o que são. Independente da concretização de suas naturezas junto a um parceiro.

Como é algo natural, não adianta entrar na onda de querer ser feeder nem feedee, ou gainer pra ver “como é”. Isso é algo que está internalizado dentro de cada um. Podemos brincar de ser. Podemos até alimentar ou ser alimentada por nossos parceiros como uma fantasia sexual, mas isso não faz ninguém ser de fato feeder nem feedee. Da mesma forma que se um dia eu quiser brincar de Dominatrix (que até depois dos 50 tons de cinzas entrou na moda) com um chicote na mão, isso fará de mim uma Domme BDSM.

Outra coisa bastante perceptível que não é regra, mas é mais comum se ver Gainers homens do que mulheres. Todavia não estou dizendo que não existam mulheres Gainers. Há bastante, mas a doutrina magra grudada com durapox e imposta para as mulheres é muito mais forte do que para os homens, embora eles também sofram. Mas também já conheci algumas mulheres gainers, que não tinha a necessidade nem fantasia ou vontade alguma de ter um feeder. Mas o desejo de engordar era quase que incontrolável. Uma força motriz que as animava a comer com tal objetivo e não se via forças pra ir contra o tal impulso. E outras que desejam um feeder, mas por falta deles, e por sentir a necessidade do prazer intenso em se entregar a comida e engordar por isso, acabam consequentemente engordando. Mas elas se sentem incompletas, pois suas fantasias não são concretizadas e engordar é apenas uma parte de seus desejos mais profundos. A feedee pode passar tempos sem ter a vontade de engordar sistematicamente uma vez sem feeder. Já um Gainer só o faz por força da necessidade, afinal, ninguém pode viver de engordar durante toda sua vida sem parar “pra respirar”.

Mas o fato é que ambos sentem prazer em engordar e desejam isso. Um mais com um feeder e a necessidade de ser alimentada é algo dissociável de sua natureza e psique. O outro não tem a necessidade de um alimentador, não faz parte de sua fantasia desperta, embora possa passar a ter por ocasião. Para um, todo o bojo de seus desejos se concentra em comer pra engordar, enquanto o outro em comer pra sentir o prazer erótico dos alimentos, sentir o sabor invadindo seu corpo e misturar essas sensações com a luxúria partilhada com um parceiro. Engordar é um prazer mais que adicional, é um desejo e vontade de uma conexão sexual com seu corpo maior, mais gordo e aumentando de tamanho e com seu parceiro. E por todos esses fatores que se conectam, gera a necessidade de ser compartilhada com o feeder. E conexão é muito profunda e singular, já que um é o complemento do outro.

Nesse estágio, o de engordar de propósito, há certo  egocentrismo, pois o prazer com o próprio corpo em franca expansão (tanto nos gainers como nos feedees) nos faz sentirmos tão “gostosos” , como a própria comida que comemos, que isso precisa ser exibido a outras pessoas. Os resultados de todo um trabalho de engorda e modelagem do corpo, precisa ser mostrado: “olhem minha barriga, como ela está maior, como eu consegui deixa-la mais linda, olhem essa banha, esse pneu maior”! É um prazer que somente quem é igual lhe entende. O que não dá pra explicar em palavras qual afinal é o prazer de um orgasmo pra quem nunca teve um.

Falo por mim agora! Quando me olho no espelho e vejo que estou mais larga, que o vestido que antes era mais folgado agora está quase justo, que meus braços cresceram de tamanho, meus seios, minha barriga, é uma alegria. Hora parecida com aquela criança que ganhou o presente que esperava no aniversário, hora com aquela pessoa sem um tostão no bolso que achou uma nota de 50 reais na rua. Resultado é: “to rindo a toa”. E todos os comentários que fazem: “menina, você tem o rosto tão lindo, faz uma dieta”, “você não para de engordar, cruzes”, “assim você vai ficar doente”. O que eu gosto de verdade é: “Nooosa! como você tá gooorda”, ou o “Você tá enorme, hein”!

Os outros que dizem nas entrelinhas que eu estou feia, que vou adoecer, que ninguém vai me querer gorda, não me atingem, pois primeiro: faço tudo o que me dá prazer sem me preocupar com outros, os quais em nada somam pra minha vida e alegria. Segundo que quando estamos de bem conosco, tudo que dizem de ruim sobre nós, não tem poder algum de nos abalar.

Mas chegar num nível desses não é fácil por todas as questões sociais e imposições que conhecemos. Além de tudo, acho que é uma questão de personalidade. Isso conta bastante pra estabelecer a conquista da nossa liberdade de afinal, ser e fazer o que quisermos com nosso corpo e conduzir nossas vidas como melhor nos cabe.

E por tudo isso, Gainers e Feedee legítimos são muito raros de achar. Pois é preciso a vontade e mais que vontade, o prazer e alegria em engordar num nível de obesidade. Claro que não falo em chegar a uma ssbbw; isso é relativo. Mas falo de pessoas magras, que apenas querem ganhar uns quilos pra chegar num padrão de corpo estabelecido como “gostoso”, pelo meio. Ser Gainer não é isso, nem Feedee.

Conversando esses dias com um feeder, ele me perguntou quantos quilos eu tinha. E eu falei pra ele que no caso dele, como feeder, a pergunta mais interessante, deveria ser -  “o quanto você deseja engordar”? Pois é justamente aí que se difere feeder de FA. E Feedee e Gainer de uma gulosa que apenas adora comer sem pretensão de engordar, pois não faz parte de sua psique.   

E ainda sobre os Gainer, trago também uma confusão grande que percebo existir com Gainers homens feedists com um grupo da cultura gay chamada de Bears e Chubbys. Acaba por ser confundido que os Gainers possam ser gays e consequentemente por serem gordos e gays, poder ser visto dentro desse grupo. Mas uma coisa nada tem a ver com outra. Existem gainers gays e heteros, e mesmo os gays, podem ou não estar inseridos dentro desse grupo homossexual. Mas o que é válido esclarecer é que ser um gay obeso e qualificado como bear ou chubby, não faz desses serem gainers feedists. Uma coisa não implica a outra. São coisas completamente diferentes. Os Gainers tem o desejo de engordar, já isso não faz parte dos bears nem chubbys. Estes não são fetiches, mas biótipo corporal, características físicas pertinentes à cultura e universo gay. Então acredito que deva existir chubbys que são gainers. Mas ser chubbys ou bears não faz ninguém ser Gainer, nem muito menos gay.   

Em suma, toda feedee é uma gainer em potencial (no sentido semântico da palavra: ganho) pois ganhará peso, mas nem toda gainer é uma feedee.     

Da mesma forma que todo feeder é um FA, mas nem todo FA é um feeder. É extremamente redundante um feeder se declarar FA, pois isso já está inserido no que é ser um feeder. Uma vez que: NÃO EXISTE FEEDER QUE NÃO SEJA FA.

Igualmente, não existe uma feedee que não vá ganhar peso propositalmente, pelo seu prazer e alegria. Pois é justamente ter esse instinto que faz ela ou ele, ser o que é, além da necessidade de um parceiro pra alimentar e compartilhar os resultados dessa alimentação toda.

A ideia de ser chamada de gainer nunca me atraiu, talvez pelo instinto de saber que na prática não passo de uma feedee, onde meu prazer só é pleno quando tudo o que amo, desejo e me enlouquece, é partilhado com um feeder.


Bjo da Vênus!