sexta-feira, 13 de maio de 2016

Loner




Boa noite Feedists, simpatizantes, e porque não, meu boa noite também aos curiosos navegantes que sei ser bastante em busca de entender melhor sobre o Feederism! 

Muitas pessoas se queixaram... por que o blog estava parado? Mas acredito que tudo tem seu momento certo. 

Chegaram a me perguntar  se eu tinha abandonado ou dado um tempo do Feederism. Já vi muitos dos meus melhores amigos fazendo isso, mas eu não me vejo saindo do Feederism. 

Bom, me ausentei apenas de aparições frequentes na net, mas não dei um tempo do Feederism. Acredito até que isso não tenha como. Uma vez que creio  firmemente que o Feederism é parte do que somos. Se não deixamos de ser quem somos, também não largamos o que nos compõe, pois está aderido em nós, na nossa composição pessoal.

Estava realmente num tempo de fazer algumas reflexões e investindo em novos projetos para o próprio Feederism e meu trabalho nesse meio virtual no Brasil. E durante esse tempo pensei em muitos assuntos pra trazer pra vocês. E ainda escreverei  sobre cada um deles, mas me sinto nesse momento motivada , e quem sabe, tocada na alma a escrever  esse texto, o qual remete a palavra de origem inglesa que é título: LONER – Solitário.

Talvez seja a palavra que melhor defina um Feedist, ou  Feederista (abrasileirando). Incluo  aí nesse bojo plural e repleto de pessoas que de alguma forma vê acolhimento em nós; carentes, mal resolvidos, e pessoas com fortes conflitos íntimos e dificuldade de auto aceitação. Todo esse cenário nos leva a ver instabilidades e a comportamentos extremistas que vai da negação total de se permitir estar no meio feedist, a um vício de estarem 24 horas fissurado em sites de modelos gordas, em vídeos, em formas novas de se estufar, de engordar, se lançando desesperadamente na comida, se excitando com tudo isso e se masturbando todos os dias ao ver um vídeo, ao se estufar, ao perceber que engordou, comendo ávidos, grandes quantidades de comida, e, pensando constantemente como ficará mais gordo. Chegando ao ponto de atrapalhar seu trabalho, estudo ou convício social. E nisso, dependendo de suas personalidades, promovem verdadeiras caçadas ao sexo oposto na tentativa de estar o mais perto possível de alguém que possa minimamente aliviar sua solidão e falta de quem dividir suas questões internas e de satisfazer suas fantasias mais secretas.  Ou vivem no silencio, nas sombras, observando sem coragem de se expor e poucas vezes interagem verbalmente com alguém que encontram.  Muitos são tímidos, envergonhados  e com fortes dificuldades de aceitar o que os motiva a estarem justamente ali. E muitos, diante de uma possibilidade real, congelam! 

O Feederism, como qualquer outro modo de vida que mexe com nossa sexualidade, pode ser tão nocivo como uma doença psicológica se este está em desarranjo no emocional e na psique do indivíduo. Assim como o apetite sexual, quando é intenso e descontrolado, que vira ninfomania, onde interfere diretamente  na saúde social, física e emocional  da pessoa  e faz  suas relações interpessoais serem mal conduzidas e conturbadas. E a própria pessoa se sente suja as vezes. Anormal, doente, bizarra, e quer se livrar a todo custo daquilo. Fecha todas as contas, sai de qualquer ambiente Feedist, deixa de falar com as pessoas que conheceu no meio. E quer viver apenas no mundo “normal”. Afinal é tudo mais fácil quando se é normal! Será?

Mas todos esses comportamentos instáveis e desequilibrados, incoerentes e confusos, a meu ver tem apenas uma causa capital; a solidão de não termos com quem dividir e compartilhar isso que realmente nos entenda e seja como nós. Não no meio virtual, mas no mundo onde de fato vivemos; no concreto.

Sair de nada adianta, pois não conseguimos enterrar seres ainda vivos dentro de nós mesmos na tentativa vã de sepulta-los, pois eles irão revirar, espernear, gritar e empurrar a terra sufocante de todas as formas. Mas conseguimos até certo ponto conter e diminuir as ações que os conduz a comportamentos repetidos e constantes quando estamos em troca direta nos meios feedists. Mas isso resolve a questão? Acredito que só piora, dependendo do caso.

E em meio a tanta turbulência solitária, as vezes olhamos a nossa volta e tudo parece falso, vazio, estranho e sem sentido. E quantos não pensaram: “ Mas que mundo é esse (o do Feederism), preciso sair disso, só tem anormal, malucos”! Mas quem sabe essa sua ótica não seja o reflexo de si mesmo?! Mas sem poupar críticas, você se afasta na tentativa de “ser normal” e viver longe desse mundo estranho. Mas será mesmo que se isolando você está se livrando desse mundo? Talvez das pessoas sim, mas o mundo feedist não começa pelas pessoas, mas por você mesmo! 

Mas pra concluir, gostaria de fazer alude a algumas frases de conhecimento popular que se relaciona com as reflexões acima levantadas!

O ser humano é um produto do meio” – Karl Marx

 Mas se o meio tem o poder de produzir o que o ser humano se torna, porque o resultado dessa produção, no caso você, está em conflito? Será que é com o que você realmente é, com o resultado artificial imputado a você que estão em conflito? Afinal, quem é você? Ou talvez a questão seria; Como viver como produto do meio, sendo o que você é?

Você é aquilo que pensa ser sobre si mesmo “  - Mas baseado em que ou quem, você fez o juízo sobre si mesmo?

E por fim, um provérbio chinês:

Antes de iniciares a tarefa de mudar o mundo, dá três voltas na tua própria casa”.  Baseado na mesma conceituação disso, posteriormente Charles Sykes disse: “ Antes de tentar arrumar o mundo, tente arrumar seu próprio quarto”, embora a frase ficou atribuída a Bill Gates, mas originalmente ela não é.

 Em suma, muitos criticam duramente o mundo do Feederism, e eu não me desvinculo desses “muitos”, cada um com sua ótica. Seja nos veículos brasileiros, ou estrangeiros. Muitos dizem que esse mundo assombra, traz perplexidade e extremismos bizarros. Ou é underground, marginal, proibido, anormal, grotesco e com tendências a desequilíbrios e confusões doentias.

Podemos concluir que; se o ser humano é produto do meio, por que um determinado meio não é exatamente produto de quem vive nele e o compõe?  Logo, se o meio Feederism, como muitos alegam é assim, ele não estaria fazendo outra coisa, além de refletir quem compõe esse meio? E pegando a primeira frase: “Você é aquilo que pensa ser sobre si mesmo”! Quem tem o único poder de qualificar você, é somente você mesmo, uma vez que é você quem recebe as informações externas e tem o papel indissolúvel de qualifica-las como boas ou ruins e anexar pra si e sobre si. 

E aí vem a célebre frase: “ Comece a arrumar seu próprio quarto. E ele está uma bagunça, como querer  lançar juízo sobre outra bagunça, quando ela é reflexo da sua?
Será, apenas por mera e rasa hipótese, que o meio é anormal, porque você se enxerga no fundo assim? É marginal, proibido, doentio, não seria você a se ver dessa forma?

Acredito que se nós mesmos não mudarmos como pensarmos e nos enxergamos sinceramente a nós mesmos, o nosso mundo feedist será reflexo do que pensamos e enxergamos sobre nós mesmos. Mas o que mata é ser um solitário e não ter um cúmplice que entenda e apreciem juntos o que cada um é!  Mas o isolamento não traz qualquer benefício a isso, pelo contrário. Só faz nosso meio mais confuso e escasso, condenando todos a viver em suas ocas, isolados, confusos, e se achando um estranho no ninho...

Vênus Willendorf



You are not alone !