Boa noite Feedists, simpatizantes, e porque não, meu boa noite também aos curiosos
navegantes que sei ser bastante em busca de entender melhor sobre o Feederism!
Muitas pessoas se queixaram... por que o blog estava parado? Mas
acredito que tudo tem seu momento certo.
Chegaram a me perguntar se eu tinha abandonado ou dado um tempo do
Feederism. Já vi muitos dos meus melhores amigos fazendo isso, mas eu não me vejo saindo do Feederism.
Bom, me ausentei apenas de aparições frequentes na net, mas
não dei um tempo do Feederism. Acredito até que isso não tenha como. Uma vez
que creio firmemente que o Feederism
é parte do que somos. Se não deixamos de ser quem somos, também não largamos o
que nos compõe, pois está aderido em nós, na nossa composição pessoal.
Estava realmente num tempo de fazer algumas reflexões e
investindo em novos projetos para o próprio Feederism e meu trabalho nesse meio
virtual no Brasil. E durante esse tempo pensei em muitos assuntos pra trazer
pra vocês. E ainda escreverei sobre cada
um deles, mas me sinto nesse momento motivada , e quem sabe, tocada na alma a
escrever esse texto, o qual remete a
palavra de origem inglesa que é título: LONER – Solitário.
Talvez seja a palavra que melhor defina um Feedist, ou Feederista (abrasileirando). Incluo aí nesse bojo plural e repleto de pessoas que de alguma forma vê acolhimento em nós; carentes, mal resolvidos, e
pessoas com fortes conflitos íntimos e dificuldade de auto aceitação. Todo esse
cenário nos leva a ver instabilidades e a comportamentos extremistas que vai da
negação total de se permitir estar no meio feedist, a um vício de estarem 24
horas fissurado em sites de modelos gordas, em vídeos, em formas novas de se
estufar, de engordar, se lançando desesperadamente na comida, se excitando com
tudo isso e se masturbando todos os dias ao ver um vídeo, ao se estufar, ao
perceber que engordou, comendo ávidos, grandes quantidades de comida, e, pensando constantemente como ficará mais gordo. Chegando ao ponto de atrapalhar seu trabalho, estudo ou convício social. E nisso, dependendo de suas personalidades, promovem verdadeiras
caçadas ao sexo oposto na tentativa de estar o mais perto possível de alguém
que possa minimamente aliviar sua solidão e falta de quem dividir suas questões
internas e de satisfazer suas fantasias mais secretas. Ou vivem no silencio, nas sombras, observando
sem coragem de se expor e poucas vezes interagem verbalmente com alguém que
encontram. Muitos são tímidos,
envergonhados e com fortes dificuldades
de aceitar o que os motiva a estarem justamente ali. E muitos, diante de uma possibilidade real, congelam!
O Feederism, como qualquer outro modo de vida que mexe com
nossa sexualidade, pode ser tão nocivo como uma doença psicológica se este está
em desarranjo no emocional e na psique do indivíduo. Assim como o apetite
sexual, quando é intenso e descontrolado, que vira ninfomania, onde interfere
diretamente na saúde social, física e
emocional da pessoa e faz
suas relações interpessoais serem mal conduzidas e conturbadas. E a
própria pessoa se sente suja as vezes. Anormal, doente, bizarra, e quer se
livrar a todo custo daquilo. Fecha todas as contas, sai de qualquer ambiente Feedist,
deixa de falar com as pessoas que conheceu no meio. E quer viver apenas no
mundo “normal”. Afinal é tudo mais fácil quando se é normal! Será?
Mas todos esses comportamentos instáveis e desequilibrados,
incoerentes e confusos, a meu ver tem apenas uma causa capital; a solidão de
não termos com quem dividir e compartilhar isso que realmente nos entenda e
seja como nós. Não no meio virtual, mas no mundo onde de fato vivemos; no
concreto.
Sair de nada adianta, pois não conseguimos enterrar seres
ainda vivos dentro de nós mesmos na tentativa vã de sepulta-los, pois eles irão
revirar, espernear, gritar e empurrar a terra sufocante de todas as formas. Mas
conseguimos até certo ponto conter e diminuir as ações que os conduz a
comportamentos repetidos e constantes quando estamos em troca direta nos meios
feedists. Mas isso resolve a questão? Acredito que só piora, dependendo do
caso.
E em meio a tanta turbulência solitária, as vezes olhamos a
nossa volta e tudo parece falso, vazio, estranho e sem sentido. E quantos não
pensaram: “ Mas que mundo é esse (o do Feederism), preciso sair disso, só tem
anormal, malucos”! Mas quem sabe essa sua ótica não seja o reflexo de si
mesmo?! Mas sem poupar críticas, você se afasta na tentativa de “ser normal” e
viver longe desse mundo estranho. Mas será mesmo que se isolando você está se
livrando desse mundo? Talvez das pessoas sim, mas o mundo feedist não começa pelas pessoas, mas por você mesmo!
Mas pra concluir, gostaria de fazer alude a algumas frases de
conhecimento popular que se relaciona com as reflexões acima levantadas!
“O ser humano é um produto do meio” – Karl Marx
Mas se o meio tem o
poder de produzir o que o ser humano se torna, porque o resultado dessa
produção, no caso você, está em conflito? Será que é com o que você realmente
é, com o resultado artificial imputado a você que estão em conflito? Afinal,
quem é você? Ou talvez a questão seria; Como viver como produto do meio, sendo
o que você é?
“Você é aquilo que pensa ser sobre si mesmo “ - Mas baseado em que ou quem, você fez o
juízo sobre si mesmo?
E por fim, um provérbio chinês:
“Antes de iniciares a tarefa de mudar o mundo, dá três voltas
na tua própria casa”. Baseado na mesma
conceituação disso, posteriormente Charles Sykes disse: “ Antes de tentar
arrumar o mundo, tente arrumar seu próprio quarto”, embora a frase ficou
atribuída a Bill Gates, mas originalmente ela não é.
Em suma, muitos
criticam duramente o mundo do Feederism, e eu não me desvinculo desses “muitos”,
cada um com sua ótica. Seja nos veículos brasileiros, ou estrangeiros. Muitos dizem que esse mundo assombra, traz perplexidade e extremismos bizarros. Ou é underground, marginal, proibido, anormal, grotesco e com tendências a
desequilíbrios e confusões doentias.
Podemos concluir que; se o ser humano é produto do meio, por
que um determinado meio não é exatamente produto de quem vive nele e o
compõe? Logo, se o meio Feederism, como
muitos alegam é assim, ele não estaria fazendo outra coisa, além de refletir
quem compõe esse meio? E pegando a primeira frase: “Você é aquilo que pensa ser
sobre si mesmo”! Quem tem o único poder de qualificar você, é somente você
mesmo, uma vez que é você quem recebe as informações externas e tem o papel
indissolúvel de qualifica-las como boas ou ruins e anexar pra si e sobre si.
E aí vem a célebre frase: “ Comece a arrumar seu próprio quarto.
E ele está uma bagunça, como querer
lançar juízo sobre outra bagunça, quando ela é reflexo da sua?
Será, apenas por mera e rasa hipótese, que o meio é anormal,
porque você se enxerga no fundo assim? É marginal, proibido, doentio, não seria
você a se ver dessa forma?
Acredito que se nós mesmos não mudarmos como pensarmos e nos
enxergamos sinceramente a nós mesmos, o nosso mundo feedist será reflexo do que
pensamos e enxergamos sobre nós mesmos. Mas o que mata é ser um solitário e não
ter um cúmplice que entenda e apreciem juntos o que cada um é! Mas o isolamento não traz qualquer benefício
a isso, pelo contrário. Só faz nosso meio mais confuso e escasso, condenando todos
a viver em suas ocas, isolados, confusos, e se achando um estranho no ninho...
Vênus Willendorf
You are not alone
!