Pela
primeira vez desde que fiquei sabendo da existência de meios virtuais para
grupos de pessoas adeptas ao Feederism (feederista ou feedist), eu estou
vivendo isolada do contato com esses meios e por consequência, das pessoas de
um modo geral. Claro que por escolha própria, devido a uma série de
acontecimentos pessoais, mas mesmo assim, ainda recebo e-mails de pessoas que
acessam o blog, mesmo que meu atual código de segurança não permita
responde-los, mas leio todos.
E
esses e-mails são de pessoas querendo saber sobre meu eu feedee, ou reclamando
porque não conseguem entrar no grupo de facebook e outros temas. Mas esse tempo
eu não recebi um e-mail que seja relacionado com algo reflexivo ou questionador
sobre o Feederism de pessoas do meio mesmo. Porque estudantes de psicologia,
jornalismo, etc... Sempre me procuraram para escrever matérias e montar certo
entendimento do comportamento Feed...
Até
parece que as pessoas de fora procuram pensar mais sobre o bojo do Feederism,
do que as de dentro. O que pra mim, soa meio ruim, se for verdade; Espero que
não seja...
Mas
voltando ao meu período de reclusão, estou me sentindo uma ursa gorda em estado
de hibernação. E tenho percebido (agora na pele) que o contato com o meio tem
um peso muito grande em você que potencializa seus ímpetos e pensamentos
relativos ao fetiche/estilo de vida. Porque você está sempre cercado de pessoas
compartilhando conteúdo seja através de imagem ou da troca de ideias.
Independente se esse conteúdo é sexual ou não, ou ativa o seu desejo sexual. Os
contatos que fazemos nem sempre tem essa natureza. Às vezes a troca de
experiências e situações do dia a dia entre duas amigas ou mesmo dentro de
certo grupo virtual de relacionamento, te impulsiona bastante no que te amina;
se é engordar, comer, mulheres gordas, se estufar, trocar receitas deliciosas,
dicas de stuffings, jogos sexuais com comida e estufamento, etc. Por mais que
você não interaja diretamente com ninguém, e permaneça calado, apenas
observando, mas você estará sendo “alimentado” todos os dias com conteúdo feed.
Essa
conclusão, mais do que destacar como é importante os meios (de qualquer local
do mundo) virtuais de relacionamento que reúnem pessoas como nós, também
destaca pra mim em especial, uma necessidade íntima que existe no Feederism do
compartilhamento de nossas naturezas para que nos sintemos plenos no que somos.
A plenitude só vem com o compartilhamento na vida real, mas sabemos que uma
esmagadora minoria tem a oportunidade de viver o Feederism a dois na vida real
seja pra encontros rápidos, e que dirá pra relacionamentos em longo prazo.
A
falta dessa realidade concreta, faz com que valorizamos muito a realidade
virtual (se é que podemos usar a palavra “realidade” em algo que existe somente
através da tela fria de um computador).
Mas
a realidade virtual é o que a maioria pode ter e satisfaz até certo ponto. O
sexo virtual dentro dos elementos peculiares que compõe o nosso fetiche é feito
através dessa realidade. Se eu já tivesse feito sexo virtual no fetiche, eu me
pergunto agora se foi real. Bem, foi pra mim, não so real, mas concreto!
Todavia se foi pra outra pessoa, não tenho como saber. Foi algo que fiz
sozinha, senti sozinha e não pude ser sentida nem sentir nada, além do sabor
dos alimentos e da excitação que esse sabor me dava, somada as palavras lidas
na tela do computador digitadas por outra pessoa. Poxa, falando assim parece
que a parada foi ruim, né! Mas calma lá .... Eu disse acima “se eu já tivesse
feito” ... kkkkk Acredito que tenha sido
muito bom, principalmente se foi na fase de descobertas do fetiche em mim e do
que podemos fazer quando estamos trocando isso com outra pessoa que nos provoca
atracão sexual. Afinal já dizia Fernando Pessoa; “ Tudo vale a pena, se a alma
não é pequena” e se a alma é medida pelo peso e tamanho do corpo físico, a
minha alma deve ser grandinha rsrs
Talvez
contradizendo minha última postagem, onde citava exatamente que nunca havia me
afastado do meio feedist como muitos de meus amigos faziam, mesmo que por um
tempo e não me via fazendo isso. Mas essa é minha realidade agora, não pelas
mesmas causas, não é um fato que estou lidando. E o que eu posso dizer é que
essa é a melhor maneira pra quem está querendo diminuir e até adormecer os
comportamentos e impulsos feedist. Porque sem toda a ostensiva interação do
meio, você de certa forma vai se envolvendo cada vez mais com o dia a dia e se
concentrando em tudo que não envolve o Feederism.
E às
vezes isso é muito viável pra quem está investindo numa relação “convencional”,
está procurando controlar certas taxas corporais, ou perder peso, ou tentando
ser alguém diferente fugindo das tentações rsrs E funciona!
Pra
mim, tenho me envolvido em tantas outras coisas que posso dizer que essa parte
está bem menos atuante e meio que em standy by em comparação de quando eu estava
em contato com tantas pessoas.
Mas
agora posso dizer que mesmo nos isolando do convívio de um núcleo, não podemos
deixar de ser quem somos. É impossível pra eu ir numa festa ou almoço na casa
de parentes e não pensar no quanto de comida que terá lá e o quanto eu irei
comer até passar mal. É impossível passar por um espelho e sem perceber, estar
dando uma conferida nas dobras, nas pernas e gorduras das costas pra ver se
aumentaram de tamanho. Não tem como não sentir satisfação quando dou um
tchauzinho e sinto as banhas do braço balançando. Quando tomo banho e posso
contemplar as banhas e toda a circunferência da minha barriga, ou a alegria
infantil de deitar com a barriga cheia depois de comer uma maravilhosa
refeição. Porque tudo isso, fazemos sem perceber, sem nos ater, de forma
totalmente natural como se fosse, e é, parte do nosso comportamento do dia a
dia.
Da
ultima vez que fui a um restaurante com meu feeder, estávamos num buffet self
service e cada um estava colocando sua comida. Eu demoro bastante pra colocar a
refeição, olho o que vou colocar no prato primeiro, minhas comidas preferidas,
o que vai ficar perto do que no prato e vou arrumando tudo. Quando eu terminei,
fui sentar primeiro. Ele ficou esperando terminar de prepararem uma comida
japoneza. E escolhi o local onde me atraiu mais aos olhos, longe de muita
gente. E nem esperei ele chegar, comecei a comer. Mas quando ele sentou, depois
de alguns minutos, começou a sorrir e eu perguntei; “que foi”? E ele disse: “É
que quando você namora muito tempo uma feedee como eu, você aprende a reparar
em alguns detalhes e ver como é lindo isso... como ela coloca cuidadosamente a
comida no prato, arrumando tudo com muito cuidado e carinho, não importando o
tempo que vai demorar. E enquanto as mulheres geralmente escolhem sentar perto
da televisão ou na entrada... diferente, ela escolhe sentar justamente em
frente ao buffet de sobremesas e fica de canto de olho paquerando com cada
doce, avaliando e com olhos de devoradora pra cada pessoa que vai pegar um
pedaço de doce. Você não reparou mas, quase voou no pedaço de torta que o
senhor acabou de pegar dizendo; “é meu, me dá”.
Eu
ri muito depois que ele falou aquilo, porque foi exatamente desse jeito e eu
não percebia. Cada pessoa que ia lá pegar um doce, eu ficava olhando meio que
babando. E olha que eu já estava com um prato imenso de comida na minha frente.
Mas é nosso instinto, que não importa com quem você esteja se relacionando no
seu dia a dia, pela internet ou na vida real, esses comportamentos simplesmente
expressam parte de você, e como você olha pro mundo a sua volta e sua relação
com um dos atos mais básicos do ser humano que é comer.
Então
a conclusão que eu chego é que o meio feed potencializa sim nossos ímpetos e
desejos, nosso fetiche. Mas ele não faz sermos o que não somos interiomente.
Tão pouco faz deixarmos de ser o que somos. Que é algo tão natural que fazemos
sem perceber nas pequenas coisas do dia a dia.
E
talvez, cientes disso, que nosso DNA feed está conosco, e é pra vida toda,
possamos aceitar melhor, planejar e refletir como conduzir essa parte em nós da
melhor e mais saudavelmente forma possível, tanto para a saúde mental,
psicológica, social, como do nosso corpo físico e com isso, vivermos mais
felizes, assim do jeitinho que somos e ainda continuar voando como os olhos no
prato alheio sem culpa rsrs.
Meu
afastamento do convívio direto com as pessoas na internet amorteceu meu ritmo,
porque hoje ocupo meu tempo vendo muito mais coisas, mas em momento algum me
desliguei do que sou com relação a minha alimentação, gula e com meu próprio
corpo.
Talvez
porque, uma vez que você entende o que é, você o é 24 horas por dia, mesmo que
não perceba isso.
Venus Willendorf
Pra ser nós mesmos! Fica a dica pra quem quiser aproveitar!